1952 - 2020
Com seu bordão: “Jesus mandou te convidar”, não havia quem se recusasse a qualquer missão demandada por ele.
Era, acima de tudo, uma pessoa altruísta. Seus atos não limitavam-se às paredes de sua casa. Conviver como ele era ser presenteado por sorrisos largos e também generosos.
Pai dedicado, mimava a filha o tanto quanto podia. Bastava ela dizer que estava com vontade de comer algo, que lá ia ele preparar o que quer que fosse. E, se era para levá-la ao trabalho, ele tornava-se um “Pai-Uber” — como ele mesmo dizia.
Disposição nunca faltava para esse pai, que depois ficou obstinado a se tornar avô, chegando muitas vezes a pedir esse presente à filha.
Quando tornou-se avó, soube voltar os olhos à filha, cuidando do café-da-manhã e do almoço, para que ela se ocupasse apenas com a vida do neto, que ele tanto havia desejado. Enquanto a filha se alimentava, ele ninava o netinho em seu “bucho”.
Para os amigos, ele era o Chico, o dono de piadas bobas e do riso fácil. Muito estimado também pelo inconfundível aroma dos bolos de laranja, que ele preparava e servia.
Cristão, Chico tinha um bordão único, que usava para arrebatar o sim necessário para alguma missão: “Jesus mandou te convidar”. Não tinha quem se recusasse.
Chico, suas virtudes já fazem falta.
Francisco nasceu em Recife (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Francisco. Este tributo foi apurado por Marcelo Dettogni, editado por Gabriele Ramos Maciel, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de junho de 2020.