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Genesio dos Santos

1942 - 2020

Um contador de histórias e cantor de rimas apaixonado pela profissão: motorista.

Seu nome era Genesio, mas gostava mesmo era de ser chamado de Geninho.

Estava aposentado, mas, ainda assim, continuava trabalhando como fez por toda a vida, como motorista. Orgulhava-se da profissão e esbanjava jovialidade aos 78 anos. Todos diziam que não demonstrava a idade, por conta de sua aparência tão jovial.

Geninho se achava um atleta e, por isso, não tinha medo da Covid. Por muitas vezes duvidou que o vírus poderia chegar ao interior de Alagoas.

Amava ficar deitado na rede cantarolando rimas com os nomes dos filhos, muitas vezes acompanhado por um pandeiro. Gostava também, durante os almoços de domingo, quando os filhos estavam junto dele, de contar histórias. Uma dessas histórias, conta a filha Lenilda, era a do seu próprio nascimento: "todos correram para a casa dele para ver o menino mais bonito que, até então, tinha nascido naquela fazenda."

Um homem bom e que não media esforços para ajudar qualquer pessoa que carecesse de um auxílio. Ele só não gostava, conta a filha, quando a esposa pedia para comprar outro chinelo ou outro chapéu. Quando isso acontecia, ele logo retrucava: "Só tenho um pé! Para quê tanto chinelo?"

Uma pessoa que todos conheciam como o Sr. Genesio do ônibus. Homem bom e que deixou muita saudade.

Genesio nasceu em Cajueiro (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Genesio, Lenilda Bernardo. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Mariana Lopes, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de dezembro de 2020.