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Genira Silva Santos

1935 - 2020

Mulher forte e resiliente, vestia-se bem e era sempre positiva.

As linhas abaixo são de Maria Helena para sua amiga, Genira:

Chamávamos Genira carinhosamente de Nila. Ela era adorável e risonha. Gostava de cantar e declamar poesias.

Sempre muito bem vestida, gostava de se arrumar para viver.

Era avó e tia também. De família grande, era muito amada por todos e também amava todos.

Nila era sempre alegre e de bem com a vida; além disso, fazia trabalhos voluntários com muita responsabilidade. Certa feita, estava atuando como voluntária em um brechó e, como gostava de estar sempre muito elegante, foi de salto alto. Depois, sentindo cansaço nos pés, tirou o salto e calçou um chinelo que estava à venda. No final do dia, ao procurar seus sapatos, percebeu que eles haviam sido vendidos. Nila não se zangou, pelo contrário, ela riu muito da situação, assim como todos que estavam com ela no brechó. Em uma outra oportunidade, também como voluntária, participaria de uma oficina de costura de enxovais para bebês. No dia combinado para o trabalho, chovia muito e apenas ela apareceu para trabalhar. Então, disseram a ela: "Como só veio você, se preferir deixamos para outro dia", ao que ela prontamente respondeu: "Não, eu vim pra trabalhar! Vou ficar."

Nila foi impecável como irmã, como mãe, como amiga. Nunca será esquecida.

Genira nasceu em Paracambi (RJ) e faleceu em Vassouras (RJ), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela amiga de Genira, Maria Helena Gomes. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira e Lígia Franzin, revisado por Paola Mariz e Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 24 de novembro de 2020.