Sobre o Inumeráveis

Germano Bastos da Silveira Filho

1954 - 2020

Adorava ir à praia e tomar uma cerveja. Vivia agarrado no celular e dizia que o trabalho era seu lazer.

Seu nome foi herdado do pai, Germano, e passou também por gerações, com o filho e o neto, chegando a três gerações de “Germano” na família.

Com a morte da esposa em 2013, não casou outra vez, dizia não haver mulher no mundo que chegasse aos pés do caráter de Cremilda Amaral da Silveira. O casal teve dois filhos: Germano Neto e Wanessa.

Durante sua vida, exerceu diversas profissões. Foi bancário, tesoureiro, caixa, vendedor, dono de restaurante e, por fim, proprietário de uma pequena peixaria.

O filho Germano Neto conta o que pai era muito animado e gostava de encontrar com os amigos do antigo trabalho nas horas vagas. “Dizia que o trabalho era seu lazer e seu lazer era o trabalho. Ele não aguentava a monotonia de casa, adorava ir à praia, tomar uma cervejinha e namorar”. Ele conta ainda que o pai “vivia agarrado no celular, parecia uma criança”.

Certa vez, o filho mandou para o pai um vídeo mostrando a velhice. Germano Neto jamais esqueceu a resposta que recebeu: “Eu não me sinto desprezado e nem desrespeitado por nenhum de vocês. O amor que sinto por vocês hoje é o mesmo que sentia desde crianças, e não acredito que irão me abandonar quando mais velho, por mais sério que seja o motivo. Eu sei do caráter de cada um de vocês e eu jamais os abandonarei. Amo vocês, afinal de contas, vocês são minha família.”

Germano agora é lembrado com muito carinho como alguém que prezava pela justiça; uma pessoa honesta, animada e trabalhadora.

Germano nasceu em Pernambuco e faleceu no Recife (PE), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Germano, Germano Neto. Este tributo foi apurado por Irion Martins, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de novembro de 2020.