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Getúlio Omito

1932 - 2020

Cheio de brincadeiras e manias, chamava a neta de Meu Ouro e sempre pediu à família que se mantivesse unida.

Era conhecido como Tula. Um homem que cresceu trabalhando na roça em Itajobi, cidadezinha do interior de São Paulo.

Após casar-se com Dona Lurdes Cardoso, mudou-se para a capital para tentar uma vida melhor. Trabalhava à noite em uma empresa e "nunca faltou, um dia sequer", até aposentar-se.

Depois disso, voltou para sua cidade natal e comprou um pequeno caminhão. Passou a fazer transporte de gado. Era sua alegria. Tula permaneceu nessa atividade até não ter mais condições de dirigir devido a complicações de saúde e a um quadro de Alzheimer.

A família decidiu, então, que era hora dele parar. "Isso fez com que ele perdesse aquele brilho nos olhos e ele já quase não conversava mais", lembra a neta Danielle, que foi criada por ele, e a quem chamava de pai — e ele a chamava de Meu Ouro.

Ela conta também que ele sempre pedia que os quatro filhos, os dez netos e os cinco bisnetos não brigassem, "que fôssemos sempre unidos", e destaca que suas manias, falas e brincadeiras jamais serão esquecidas.

Danielle conclui a homenagem: "Não tivemos a oportunidade de agradecer por tudo que o senhor fez e tudo o que foi para nós. Porém, onde estiver, saiba que foi nosso maior exemplo, nosso orgulho. Nossa família sempre estará unida até chegar o dia de nos encontramos novamente, nosso anjo!"

Getúlio nasceu em Itajobi (SP) e faleceu em Itajobi (SP), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Getúlio, Danielle Omito. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Marilza Ribeiro, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.