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Gilson Bueno

1959 - 2021

Inspirado numa música de Almir Sater, seguia a vida tocando em frente e acolhendo em seus braços aqueles que dele precisassem.

Nascido no norte paranaense, Gilson mudou-se com os pais e a irmã para Toledo, onde se estabeleceu.

Aos 8 anos perdeu os pais. Na condição de órfão, passou a morar com sua única irmã e logo começou a auxiliá-la na sorveteria, que era de seus pais, e ali trabalhou até a fase adulta. Depois tornou-se comerciante de lojas de móveis e cozinhas e, tempos depois, retornou ao ramo dos sorvetes, passando a vendê-los por atacado na antiga sorveteria que já pertencia à irmã e ao cunhado.

Por volta de seus 20 anos Gilson conheceu Dirce, com quem se casou, permaneceu casado por mais de quarenta anos, e teve seus três filhos. Os dois sempre foram muito companheiros. Como muitos outros casais, tiveram momentos difíceis e momentos felizes como em uma viagem para Natal, no Rio Grande do Norte e nas inúmeras vezes que foram para Balneário Camboriú, no litoral catarinense, com filhos e familiares.

Gilson foi bom pai, bom marido, bom irmão e bom amigo. Como pai era presente e ensinava pelo exemplo. Não levantava a voz nem era autoritário. Educava os filhos com muita paciência, sabedoria e a alegria que lhe eram características.

Adorava carros, motos antigas e tinha uma Vespa 1988, que era seu xodó. Tocava violão e gostava muito de música, especialmente de “Tocando em frente”, de Almir Sater, que foi tema de sua formatura da faculdade, aos 51 anos.

Gilson amava muito sua família, gostava de conversar e tinha muitas amizades, o que podia ser notado em seus aniversários, quando muitas pessoas apareciam para cumprimentá-lo e ele ficava muito feliz.

“Dessa felicidade ficaram muitas lembranças, registradas por fotos e gravadas nas memórias que ficaram de sua alegria, sabedoria e paciência até os últimos momentos. Este relato é uma pequena parte de como era o Gilson, pela ótica de um filho. Até logo pai”, despede-se Gilson Júnior.

Gilson nasceu em Faxinal (PR) e faleceu em Toledo (PR), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo filho de Gilson, Gilson Bueno Junior. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 7 de maio de 2023.