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Hélio Pereira Tenório

1970 - 2021

Conquistou a admiração de tanta gente que sua despedida foi acompanhada por uma enorme carreata.

Hélio nasceu no interior de São Paulo, mas mudou-se para o Mato Grosso à procura de uma oportunidade profissional e acabou se estabelecendo em Sinop, onde constituiu sua família.

Conheceu Lucile no ambiente de trabalho. Ele era gerente de um posto de gasolina e estava precisando de alguém para trabalhar lá. A partir daí, ela e Hélio se tornaram mais próximos e começaram a namorar.

Ele foi um marido extremamente dedicado e carinhoso durante seus 25 anos de casados. Dizia sempre o quanto a achava bonita e ela se sentia muito valorizada por ele. Tiveram os filhos Mayara, Lucas, Ana Beatriz e o caçula, Bernardo. Gostava de estar sempre por perto deles e os mais velhos, mesmo quando crescidos, não se desgrudavam dos pais. Amava estar com o caçula, nadar com ele, fazer churrasco e beber uma cervejinha.

Hélio era um pai com valores e princípios muito sólidos. Com ele, não existia meio termo em relação ao que é certo. Os filhos eram a sua vida, o que dava sentido a todas as coisas! “Tudo o que fazia era para o bem-estar da nossa família. Ele era o nosso sustentáculo, tanto que depois da sua partida tão repentina, ainda não aprendemos a viver sem ele”, diz Lucile.

Ele era um homem de personalidade forte e marcante, e se comovia com uma facilidade impressionante. Dentro de casa, divertia a todos com o fato de ser avoado para questões familiares e do lar. Hélio tinha o costume de chamar cada filho de um jeito especial: gatona do pai, negão, bebezona e o gatuno.

“Tinha um imenso orgulho da família que formamos e, nas suas horas vagas, gostava de preparar churrascos em família. Por trabalhar muito, aproveitava cada segundo quando estava em casa, curtindo a família e se deliciando com uma cerveja bem gelada”, reforça a esposa.

Hélio trabalhava como gerente geral de um posto de gasolina onde, extremamente correto e honesto, sendo um profissional sem igual, teve a admiração de muitos por seu caráter. Cuidava de todos os procedimentos e fazia tudo com grande maestria. Queria o melhor para todos, tanto que ajudou muitos colegas a serem promovidos.

Por trabalhar durante toda a vida no ramo de combustíveis, conhecer inúmeras pessoas e gostar muito de sua atividade, sonhava em ter o seu próprio posto de gasolina.

Lucile fala, saudosamente, de suas lembranças: “As recordações mais marcantes que tivemos juntos foram religiosas. Participávamos de encontros de casais, dávamos testemunhos da nossa vida. No início, ele apenas se fazia presente, mas com o tempo, começou a se expressar e era muito elogiado por suas reflexões. Em 2019, participou de todos os encontros regionais, já que tinha prometido que diria um sim a Deus e iria onde Ele o chamasse”.

Hélio gostava de músicas com sonoridades alegres como Aviões do Forró e Zé Vaqueiro. “Ele não sabia dançar em par, mas, todas as vezes que íamos a festas, chamava atenção por suas danças divertidas. Todos pediam para ele dançar”, conta Lucile.

As demonstrações de carinho por ocasião de sua partida revelaram o quanto ele era querido. Faleceu em outra cidade e quando chegou em Sinop para seu sepultamento foi recebido por um grande cortejo com inúmeras carretas e faixas de despedida.

O posto de gasolina em que ele trabalhava também prestou algumas homenagens, entre elas, um vídeo em que a frase final dizia: "Perdemos alguém por quem toda equipe tinha um grande carinho. Jamais esqueceremos o seu companheirismo, bom humor e dedicação ao trabalho. Descanse em paz"!

A comoção e o número de veículos foram tão grandes que até a Polícia Militar participou, organizando a carreata e trazendo grande alento para a família.

Finalizando sua homenagem, Lucile relata: “Hélio era um homem de família com personalidade muito forte, não gostava de coisa errada e as pessoas até hoje se sensibilizam com nossa perda, pois, éramos vistos como uma família muito bonita. Dentre os legados que deixou, está sua honestidade."

Hélio nasceu em Santo Anastácio (SP) e faleceu em Barra do Garças (MT), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Hélio, Lucile Maria Duque Tenorio. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 13 de agosto de 2023.