1937 - 2020
Uma senhora que exalava vida e que realizou muitos dos seus sonhos.
Virtuosa, Iracema sempre fez o que mais gostava na vida: cuidar de tudo e da família. Não é à toa que sua linda história de vida está marcada por ter sido uma grande mãe, avó, bisavó, trisavó e tataravó bondosa, amável e carinhosa.
Os filhos da Iracema moravam em Campinas, no interior de São Paulo, uma cidade que fica a uma distância de 120 km de Rio Claro, onde residia Iracema. Ela adorava quando filhos e netos iam visitá-la e, carinhosamente, preparava grandes e tradicionais almoços que eram momentos ímpares e que a deixavam feliz.
Sua fé era inabalável e sempre pronunciava o nome de Deus. Além disso, era lutadora e guerreira, virtudes que causavam uma admiração transbordante em todos que a conheciam.
Suas paixões eram a família e Deus. A religião era sua base e sua fortaleza. Tinha grande apreço quando os irmãos da igreja iam visitá-la e orar por ela.
Foi uma pessoa admirável. Aos 72 anos, já viúva, conheceu Juvenal, com quem compartilhou seus dez últimos anos. Apesar da aparência forte e guerreira, Iracema tinha sonhos de princesa e, ao casar com Juvenal, pôde realizar o sonho de se vestir de noiva pela primeira vez; já que em seu primeiro casamento essa vontade não havia sido cumprida. Com o casamento, passou então a morar em Rio Claro, também no interior de São Paulo, mas grande parte da sua vida foi em Campinas.
“Uma história engraçada foi quando eu fui para Rio Claro para o casamento de minha avó com seu Juvenal. Imaginava que seria uma cerimônia simples e singela, com um almoço após a bênção do ancião e pronto! Mas, como uma mulher impressionante que era, vovó surpreendeu a todos. Chegando ao casório, na igreja, com tantos convidados esperando por ela, eis surge a senhorinha de 72 anos: linda e vestida de noiva. Fiquei surpresa e encantada!”, relembra a neta Regiane.
O seu símbolo, sua grande marca, que está registrada no coração da neta, é um lenço que Iracema gostava de usar: o seu “lencinho de crochê”. “Como era bom abraçá-la e sentir seu cheiro bom”, rememora Regiane.
Outro episódio que sua neta se recorda ao falar da dedicação e do amor da avó era “quando possuía uma saúde boa que fazia aquela comidinha gostosa, que só ela sabia fazer para receber com mimos algum familiar, e aquele café maravilhoso com o pão delicioso”. Sem sombra de dúvida isso ficará marcado para os familiares. "Depois, foi ficando com a saúde debilitada devido à idade, mas adorava a visita da família e sempre os recebia com muito amor", conta a neta.
Com sonhos de princesa, Iracema foi uma guerreira da vida real que lutou pelo bem de todos.
Seu Juvenal partiu, também vítima da Covid-19, no mesmo dia que a esposa. Para ler sua homenagem, procure por Juvenal Manoel de Oliveira neste memorial.
Iracema nasceu em Pirajuí (SP) e faleceu em Rio Claro (SP), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Iracema, Regiane Ribeiro. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Thalita Ferreira Campos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 8 de dezembro de 2020.