1943 - 2020
Levava amor até nos temperos.
Mãe, avó, bisavó. Iracema Pauli, moradora de Gramado (RS), era dedicada em tudo em que colocava a mão. Atenciosa e determinada, foi exemplo de gramadense que contribui para o crescimento da cidade, debruçando-se durante 30 anos na atividade turística por meio de seu trabalho como cozinheira.
Ao longo das últimas três décadas, Cema — como gostava de ser chamada — trabalhou em um consagrado restaurante de fondue na Serra Gaúcha. Quando não estava se dedicando à paixão da culinária, levava afeto ao abraço carinhoso que dava nos familiares.
O amor que punha nas tarefas que fazia é relembrado com carinho pelos entes queridos. “Amorosa com os netos, com a família, se preocupava muito com o bem-estar de todos”, relata a neta Juliana Moraes, que passava boa parte dos dias na companhia da avó, tomando o bom e velho chimarrão.
“Ela participou da minha vida inteira, sempre presente em todos os momentos. Nos falávamos muito, eu aparecia para dar um beijo ou ligava para saber como estava, não podia ficar mais de dois dias sem falar com ela”, comenta.
Mulher de personalidade forte, conquistava os vizinhos e amigos com sua sinceridade e seu caráter. “Era uma mulher guerreira, determinada, atenciosa e decidida”, ressalta Juliana.
A neta, que faz aniversário no mesmo dia da falecida avó, guarda o peito cheio de boas lembranças e carrega consigo muitos ensinamentos que aprendeu com dona Cema. “O que eu sei cozinhar, aprendi com ela”, brinca. “Vó Cema trabalhou muito e sempre zelou pelo bem-estar da família. Eu fazia macaquices só para ver ela sorrir. Ela sempre gostou muito de ajudar a quem precisava, um coração gigante”, finaliza.
Iracema nasceu Gramado (RS) e faleceu Gramado (RS), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Iracema, Juliana Moraes. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Martina Belotto Michaelsen, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 12 de setembro de 2020.