1969 - 2021
Gostava de fazer companhia para a filha, em casa ou na rua, desde que pudessem ficar conversando por horas.
Ela tinha excelente memória, sempre fez o melhor que podia no seu trabalho e ainda arrumava tempo para fazer o almoço do jeito que o marido gostava, cuidar da mãe e ter tempo de qualidade com a filha Aline.
Isso tudo sem contar que, em seus últimos anos, ela também ia para a faculdade à noite, realizando o sonho de cursar Biblioteconomia em uma universidade pública. Isabel conseguia praticar a arte de conciliar tantas demandas sem reclamar e sempre sorrindo.
Para a filha Aline ela era seu exemplo de vida: “Considero minha mãe uma heroína. Mesmo diante das adversidades que a vida lhe apresentou ela sempre encontrava motivos para sorrir. Se um dia eu for um pouquinho otimista como ela foi, já estarei muito feliz!”
Aline fala das lembranças que povoam suas memórias: “Não me esquecerei das madrugadas que passou comigo, fazendo alguma coisa na cozinha; das vezes em que saiu mais cedo do trabalho para ir comigo ao centro; da companhia no sofá, na cama e na cozinha, para conversar; dos presentes que comprava porque lembrava de mim ou de quando juntava um dinheirinho para eu comprar algo que eu queria muito; das vezes que me encorajou a fazer algo que eu tinha medo ou que eu não me achava capaz; de todas as vezes que vibrou com as minhas conquistas e deu suporte às minhas escolhas. Enfim, são muitas coisas para agradecer; a principal é por ser minha mãe. É como eu já disse para ela em vida: "Não são todas as mães que são como você!"
Isabel nasceu em São Carlos (SP) e faleceu em São Carlos (SP), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Isabel, Aline Gabriele Zabotto Spasiani. Este tributo foi apurado por Lucas Cardoso, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 16 de janeiro de 2023.