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Jhow Lebre

1989 - 2021

Com os companheiros, encontrou apoio para levantar a bandeira LGBTQIA+ e ser uma pessoa de amor e luta.

Jhow Lebre foi uma dessas pessoas que dedicou sua vida fazendo tudo que podia para conseguir transformar o mundo num lugar de mais afeto. Dessas pessoas que abraçam uma causa com o coração de quem abraça um amigo querido.

O orgulho de Jhow era ser quem era, membro guerreiro da comunidade LGBTQIA+, e lutar para que todos os seus também pudessem se sentir da mesma forma. Mais do que tudo, para que pudessem viver e amar livremente e com respeito.

Em Curitiba, na Vigília Lula Livre, Jhow conseguiu criar laços extremamente fortes e sinceros de amizades, de apoio e de acolhimento, que seguiam o mesmo propósito: a luta por um mundo mais justo e pela liberdade de Lula. Ali, ele tinha espaço para se fazer presente e mostrar seu carinho, representado nas várias vezes em que descascava batatas e laranjas para servir os pratos de comida para o grupo.

Enquanto na Vigília, o grupo subia uma ladeira três vezes ao dia cantando músicas lindas, sobre protesto, justiça e liberdade, e em demonstração de afeto a Lula, hoje liberto e elegível. Uma canção de Belchior está no topo da seleção de Jhow, dentre suas músicas preferidas, e representa bem seu amor aos amigos, é “Antes do fim”, que diz:

“Quero desejar, antes do fim
Pra mim e os meus amigos
Muito amor e tudo mais
Que fiquem sempre jovens
E tenham as mãos limpas
E aprendam o delírio com coisas reais

Não tome cuidado comigo
Que eu não sou perigoso
Viver é que é o grande perigo”.

Jhow nasceu em Cotia (SP) e faleceu em Cotia (SP), aos 32 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela amiga de Jhow, Elisabeth Guelfi Biglia. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Gabriela Pacheco Lemos dos Santos, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 28 de maio de 2021.