1939 - 2020
Poeta e contador de causos que tinha orgulho de vestir-se a caráter, sempre saboreando um tradicional chimarrão.
João Batista era uma pessoa alegre, carismática, amorosa, bem humorada, contador de verso e prosa. Sentia-se muito orgulhoso de sua terra natal e de suas origens. Filho de agricultores, teve no campo e na vida simples o alicerce para a formação de seu caráter e retidão.
Até a conquista de sua aposentadoria, trabalhou na construção civil e dedicou grande parte de sua vida cultuando as tradições gaúchas; foi sócio de vários Centros de Tradições Gaúchas (CTG) e fundador do CTG Moacyr da Motta Fortes na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do sul.
Mesmo que tenha tido poucas oportunidades de estudo, escrevia e declamava poesias, era contador de causos e de histórias. Concretizou o sonho de lançar dois livros de poesias tradicionalistas: "Ao pé do fogo" e "Tropa de versos"; e um de causos de galpão: "Causos do Tio João".
Foi casado com Delurdes durante cinquenta e cinco anos e desta união nasceram quatro filhas: Jocimara, Jussara, Joseti, Andréia (in memoriam) e um filho, João Alexandre, dos quais tinha orgulho e admiração, graças à educação dada com muito amor pelo casal.
Suas maiores alegrias era reunir a família para o tradicional churrasco com muita música, versos e causos, sem dispensar o seu companheiro de todos os dias, o bom e velho chimarrão. Suas pilchas (trajes tradicionais gaúchos), e seu chapéu tapeado na testa eram suas marcas registrada. "Como gostava de andar, ser visto e admirado por suas vestes típicas, sempre impecáveis. Pois é assim que sempre será lembrado por todos os familiares, amigos e parceiros de prosas, versos e poesias.
João nasceu em Lagoa Vermelha (RS) e faleceu em Gravataí (RS), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de João, Jussara Maria Rodrigues Gomes. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 25 de abril de 2022.