1936 - 2020
Com tudo ele fazia piada, criava peixes ornamentais e a todos ele ajudava.
Foi o melhor pai, avô, marido, tio, primo, amigo que alguém poderia ter.
Todo mundo cabia no seu coração e qualquer um se hospedava e comia do seu feijão, o tempo que quisesse. A qualquer passo errado, ouvia seu sermão.
Homem reto, honesto, firme, esse era o João.
Aos filhos, nunca disse um não, ajudava sempre de coração. Dividia a farinha, o nome, o CPF e o pão.
Um avô canceriano e para todos abria aquele sorrisão. Todo mundo chorou, ninguém entendia o corpo daquele homem forte estendido no chão. A Deus, sua família pedia, não leva ele agora não.
Estava combinado que entraria na igreja com sua neta, segurando sua mão... "Não deu tempo de eu pedir perdão, por todas as noites que ele me pedia: 'Minha filha, dorme aqui. Tá tarde para você ir', e eu só respondia, 'Vô, não posso não'. A gente acha que vai ter tempo, que ele ia se curar ligeiro, mas o vírus é nojento e acabou com o mundo inteiro", lamenta a neta Kaline
João nasceu em Itarema (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 84 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Rayane Urani, a partir do testemunho enviado por neta Kaline, em 15 de julho de 2020.