João Guilherme de Figueiredo Barros

1965 - 2021

Fez Maria acreditar em amor à primeira, e com ela dividiu vinte e quatro anos de muito companheirismo e amor.

Esta é uma carta aberta de Maria Gorett Rocha Barros para o esposo João:

Sei que não gostava “dessas coisas”, mas terei que desobedecer você. Acredito que não ficará chateado comigo. Preciso fazer esta homenagem e compartilhá-la com as pessoas que tanto gostam da gente e com aquelas que estavam presentes, celebrando conosco o começo de uma vida a dois e o desejo de formar uma família, pequena mas linda: você, eu e nosso amado Joca.

Pois é...

Hoje, quando escrevo este texto, estaríamos completando vinte e quatro anos de casados. Quanto tempo! Nós dois, tão cheios de imperfeições e desconexões, e foram quase vinte e quatro anos... Faltou pouquinho, não é mesmo?! E tem o lado romântico. Você me fez acreditar em amor à primeira vista... Que delícia de sentimento, não é? Quanta saudade!

Depois disso, não nos desgrudamos mais. Veio a faculdade em Diamantina, sempre nos testando, porque às vezes ficávamos quatro meses sem nos ver. Escrevíamos cartas... Muitas cartas! Mas, mesmo tendo sua “vida independente” naquela cidade que tanto amava, assim que voltou, já formado na profissão à qual se dedicou por trinta e dois anos, começamos a traçar planos para ficarmos juntinhos até bem velhinhos...

Deus tinha outros planos para nós... Confesso que ainda estou tentando entender. Está sendo muito difícil! Porém, apoiando-me no modelo do homem de fé que você era, aos poucos estou reinventando minha vida sem você e sei que está feliz por isso. Até porque, acredito, a vida hoje tem outro significado para você.

Parabéns para nós! Parabéns pelas Bodas de Opala, representando o momento de “reviver lembranças, fazendo com que a beleza interior aflore” e que, coincidentemente, é o que mais tenho feito depois de sua partida...

Com amor, carinho, amizade e muita, muita saudade!
Amor da minha vida e para minha vida...