João Mendes Pedroza Júnior

1988 - 2021

Nas cordas do violão e no ritmo do cajón, ele criou memórias musicais inesquecíveis.

Foi por amor que mudou-se de João Pessoa, lugar onde nasceu e cresceu, para Brasília. Membro de uma família numerosa do interior da Paraíba, ele viveu intensamente os 32 anos de sua existência.

O primeiro encontro, o primeiro olhar e as primeiras palavras entre João e sua futura esposa Priscila aconteceram em 2004. Três anos mais tarde, na flor da juventude, em fevereiro de 2007, teve início o namoro que desde o começo dava sinais de que vinha para durar. O amor era mútuo, aconchegante e intenso, a tal ponto que no final do mesmo ano João decidiu deixar sua cidade natal e mudar-se para a capital do Brasil. Priscila recorda que “ele largou toda a sua vida para vir para Brasília, uma cidade na qual não conhecia ninguém, somente eu”.

O casamento, com os rituais que o casal considerou adequados, selou a união deles em 2012 e, por decisão conjunta, não tiveram filhos. Na ausência de João, Priscila lamenta que o amor deles não tenha produzido nenhum fruto, dizendo que “infelizmente não tivemos filhos”.

O amor de João por Priscila foi como um grande presente para os dois. Do modo de olhar de Priscila foi como se no jardim de sua vida tivesse brotado uma rosa, dessas que de tão lindas encantam o canteiro onde nascem. Em sua saudade ela diz que “Deus colhe as rosas mais bonitas primeiro e isso acalenta meu coração”. Agradecida, ela afirma que João “me trouxe alento, paz e me ensinou o que é o amor”.

Ao longo de todo a convivência ficava evidente também o amor de João pela música. Dono de uma musicalidade interior, sempre que podia, ele tocava vários instrumentos musicais. Contudo, os companheiros mais frequentes nos momentos de alegrar os dias com suas melodias eram o violão e o cajón. Foram inúmeros momentos em que, no cotidiano da casa ou na roda de amigos, a música esteve presente. Momentos de cantar e conviver, momentos de alegria que contavam com a cumplicidade e admiração de Priscila.

Na ocasião de seu falecimento, o Sistema Faepa/Senar da Paraíba, com sede em Brasília, emitiu uma nota de pesar. No texto, a entidade lamenta a morte do filho do então presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Cajazeiras, o senhor João Mendes Pedroza e “se solidariza com sua família e amigos”.

“Neguinho”, como era carinhosamente chamado por Priscila, segue vivo na memória silenciosa guardada no coração de sua amada. No vibrar de cordas de violões ou nos timbres variados de algum cajón tocados por aí.