Joel de Andrade

1963 - 2020

Usava uma toalhinha no ombro e nunca consultava os roteiros que fazia para suas pregações.

Pastor Joel, como era conhecido por seus irmãos da igreja, possuía o dom de fazer qualquer um se sentir em casa, mesmo a quilômetros de distância. Filho único, cresceu ao lado de sua mãe e, com a ajuda de amigos e da família, superou a separação dos pais. Ele se doava às pessoas porque tinha amor de sobra em seu coração, e não era de esperar nada em troca.

Casado há trinta e cinco anos, dividiu a vida com Abigail, com quem "sempre trabalhava junto, viviam tudo junto". Pai de Thyago, Thays e Filipe, viveu intensamente com toda a sua família e os seus amigos. Era chamado, carinhosamente, de "Ursinho Puff" pelos filhos Thyago e Thays. Muito espiritualizado, fez questão de ensinar aos filhos a importância de conhecer a Deus e ser íntimo Dele.

Empreendedor desde pequeno, escolheu uma profissão que possibilitasse permanecer próximo de sua prole o máximo que podia para dar a eles uma boa criação. E conseguiu: era sócio de Thyago e trabalhavam lado a lado na empresa que fundaram.

Nos últimos anos dedicou-se à sua vocação pastoral; cuidou e aconselhou diversas pessoas a serem melhores para si e para o próximo. Pastor durante vinte anos, era considerado um pai por todos de sua comunidade. Ensinava que todos eram seus filhos, naturais ou adotados pelo seu amor e carinho.

Por não gostar de ficar sozinho, Joel preenchia sua casa organizando os almoços em família, ou com os irmãos da igreja. Também gostava de estudar, ler bons livros, ir à praia, assistir a filmes. "Ele nos ensinou que a volta ao lar eterno era o que ele mais desejava, mas somente depois de cumprir sua missão aqui. De fato, ele plantou algo em nossos corações", diz Thyago.

Após seu falecimento, uma das irmãs de sua Igreja prestou uma homenagem, dizendo:

"Quantas saudades sentimos! Quero que saiba que sou grata. Que ainda me pego olhando suas fotos e assistindo a seus vídeos. Entenda que minha gratidão é infinda por todo ensino, todas as conversas, conselhos e, principalmente, pela sensação de já o conhecer há anos. Até imaginava você de volta ao altar com sua calça jeans, sua toalhinha no ombro e seu roteiro no celular, o mesmo que você nunca seguia. Sem falar no tempo de duas horas que você sempre prolongava. Saiba que até hoje ainda falamos de você em minha casa, sempre com muito amor e respeito à sua história. Saiba que minha gratidão é também em nome de toda minha família e a tudo que nos foi ensinado da mais linda forma que um pastor pode ensinar a suas ovelhas. Esse era o seu dom. Hoje eu só queria poder dizer 'Oi! Boa noite, Pastor Joel'."