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Jonas Batista Lima

1940 - 2020

Motorista apaixonado por caminhões. Era um 'cabra porreta', amoroso e dedicado à família.

Jonas era nordestino, com muito orgulho, um ‘cabra porreta’. Foi um homem honrado, trabalhador, humilde e bom de papo. Conhecido como xará, xarazão, ou simplesmente ‘cabra’. Mesmo distante do Nordeste, não deixava suas raízes. Gostava de ouvir Genival Lacerda e Dominguinhos, grandes artistas nordestinos.

Foi completamente apaixonado pela dona Ana, sua querida esposa, união de mais de 50 anos. Constituiu uma linda família, pai de cinco filhas, avô de oito netos. Era dedicado e amoroso com toda sua família. Fez de tudo possível para prover o melhor para eles. “Fui honrado em viver 28 anos da minha vida tendo meu avô materno por perto, para ver como se deve criar uma família. É a primeira vez que sinto a dor da perda, é um sentimento de saudade infinito. Aquele gostinho de quem poderia aproveitado mais a presença, as prosas e os conselhos. De ter pegado mais acerolas para fazer suco. Ah os sucos... Sucos de acerola que eu amo, perderam o sabor, já que os melhores não serão separados por você, vô. A goiaba com queijo não vai ter mais graça, e várias outras coisas que me remetem a você, serão apenas guardadas na lembrança. Mas sempre vou lembrar com alegria, respeito e com a sensação de que seu dever foi cumprido”, relata seu neto, Iuri.

Era apaixonado por caminhões. Ao ver seus irmãos dirigindo, por influência, também seguiu a vida como motorista. Aos 18 anos, começou a trabalhar e logo foi para a cidade de Ipatinga-MG, em busca de melhores oportunidades. Passou grande parte da vida como motorista, ajudando a construir o Vale do Aço, levando e trazendo areia, pedra e brita.

O neto faz uma última declaração ao querido avô: “Nossa família lamenta a sua ida, mas entendemos também que nada é para sempre, que tudo tem um fim. Porém, seu legado não terá fim, a família que você ajudou a criar e a crescer é a continuação do que você iniciou. Você nunca será esquecido. Vou repassar a herança do respeito adiante na família, e seu legado será sempre eternizado.”

Estava sempre disponível a ajudar o próximo. Jonas será lembrado com um sorriso no rosto e deixa eternas saudades.

Jonas nasceu em Monteiro (PB) e faleceu em Ipatinga (MG), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo neto de Jonas, Iuri Thalles Batista Cupertino. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Marcela Matos, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 16 de agosto de 2020.