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Jonas de Oliveira

1957 - 2021

Assistia a jogos de futebol do mundo todo, sua paixão. Mas torcer mesmo, só pelo Internacional.

Passou toda a vida em sua terra natal, Sapiranga, na região gaúcha do Vale do Rio dos Sinos. Foi casado com Veleda por quarenta e dois anos, e pai de dois filhos: Manon e o caçula Moisés. Amava os três netinhos, a Martina, o Manoel e a Marissa, que era o seu xodó. "Com seus três aninhos, ela era companheira e a maior alegria do meu pai", conta Manon. "Lembra todo dia do vovô Jonas, é impressionante a ligação entre eles".

Desde muito jovem Jonas trabalhou na confecção de calçados. Suas primeiras funções na indústria eram manuais, mas já perto da aposentadoria ele tinha um cargo de gerência e modelagem, que amava. "Meu pai adorava estar na fábrica, em meio às pessoas. Era muito comunicativo e extrovertido. Os funcionários gostavam muito de trabalhar com ele, pois ele tornava o ambiente de trabalho leve e agradável", conta Manon.

Jonas se divertia com as coisas simples da vida; passava seu tempo ouvindo música e assistindo a jogos de futebol. Sua paixão pelo esporte começou cedo. Jogava desde criança, e assistia a jogos do mundo todo: campeonato italiano, espanhol, brasileiro... Era torcedor do Internacional, e se dizia "Colorado, com muito orgulho".

"Meu pai assava um churrasco maravilhoso, amava dançar, fazer brincadeiras, contar piadas e divertir as pessoas ao seu redor. Tinha um gosto musical eclético, que ia de um sertanejo raiz ao rock do Queen", relembra Manon.

Ser brincalhão sempre foi a marca registrada de Jonas: todos os seus amigos se divertiam com ele. "Ele era muito piadista; as piadas eram até sem graça, mas a gente sempre acabava rindo" conta Manon. "Ele dava apelido para todos, chamava todo mundo de uma maneira única e era o rei da dança; nas festas de família ele arrasava; e minha mãe morria de vergonha. Uma vez, numa festa de 15 anos de uma prima minha, ele fez aquele famoso passo de dança, "moonwalk", do Michael Jackson... e caiu; quebrou parte da decoração, mas todo mundo se divertiu horrores".

Jonas sempre se dedicou à criação de seus filhos. Enquanto eles eram crianças, as brincadeiras das festas ficavam por conta dele: montava a dança das cadeiras, preparava a corrida do saco dançante e dançava com todos os amiguinhos dos filhos. Jonas e a filha sempre estiveram ligados pela música. Ele amava ouvir músicas com ela, e sempre a incentivou a continuar fazendo isso.

Jonas deixa uma linda história, com muitos sorrisos e lembranças repletas de amor.

Jonas nasceu em Sapiranga (RS) e faleceu em Sapiranga (RS), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Jonas, Manon Angélica de Oliveira. Este tributo foi apurado por Luma Garcia, editado por Luma Garcia, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 18 de janeiro de 2022.