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Jorge Luiz Bandeira da Roza*

1967 - 2021

Mantinha a casa sempre muito organizada, mas liberava os quatro netos para bagunçar o quanto quisessem.

Técnico agrícola, ele trabalhava fazendo safras em fazendas por alguns períodos. No restante do ano, ficava em casa. “Era um autêntico dono de casa”, conta a filha. Fazia de tudo, mas o que mais gostava era cozinhar e sua especialidade era carne assada, que gostava de preparar tomando uma cervejinha. Gostava de manter tudo organizado, sua única exceção era para a bagunça dos netos: Miguel, Murilo, Mateus e Vitória Maria estavam liberados para bagunçar sem medo.

Pai e padrasto amoroso, além de avô cuidadoso. Assim, Jorge Luiz será lembrado pelos seus. “Era puro amor, sua única exigência conosco eram os estudos”, lembra Caroline, sua filha. Quando Jorge casou com a mãe de Caroline, Cleuni, tornou-se pai de Camila também.

Colecionava fotos e discos. No tempo que passava em casa, gostava de tocar seus discos do Skank, Jota Quest e Guns N’Roses. Com um conversor, conseguia ouvir suas bolachas antigas com qualidade de CD. Tinha uma memória incrível, não esquecia do aniversário de ninguém, sempre ligava ou mandava cartões. Todo dia, também mandava mensagens para as filhas.

Caroline nunca mais vai esquecer do pai sentado na sala, com os óculos na ponta do nariz, lendo. Ele lia de jornais e revistas a livros de História e Psicologia. “Se eu fecho os olhos, ainda vejo ele ali na ponta do sofá.”

Uma pessoa com tantos adjetivos, que será facilmente lembrada para sempre.

Jorge nasceu em Alegrete (RS) e faleceu em Cuiabá (MT), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Jorge, Caroline Dorneles da Rosa . Este tributo foi apurado por Luciane Crippa, editado por Luciane Crippa, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 12 de janeiro de 2022.