1965 - 2020
Levava a vida com muito bom humor e riso frouxo, até mesmo quando seu Santana preto o deixava na mão.
Roberto, como era chamado pelos amigos, amava segundas-feiras. Como era dono de um bar, eram esses os seus dias de folga, os quais aproveitava para ver a família, fazer churrascos e espairecer. Fazia questão de dar uma passadinha na casa de cada uma das irmãs, mesmo que fosse breve.
Não era muito de beijos e abraços, mas demonstrava seu amor dedicando atenção, atribuindo apelidos carinhosos e por meio de atitudes de afeto. Tinha muitos amigos e uma família grande: sete irmãos vivos, muitos sobrinhos, uma companheira, duas filhas e dois netos. Desdobrava-se para estar presente na vida de todos. Os netinhos eram seus xodós; para o mais velho deixou um cavalo de presente - montar era uma das coisas que mais gostava de fazer.
Seu Roberto amava aniversários. A filha Jaqueline conta que quando ele dispôs de uma situação financeira mais tranquila, todo ano tinha que ter festa.
Era louco por seu Santana preto, ainda que esse sempre apresentasse defeitos jamais pensou em se desfazer dele.
"Era forte e encantava as pessoas sem qualquer esforço, era característica dele ser luz por onde passava. Batalhador, ainda que sem muitos estudos era uma das pessoas mais inteligentes e criativas que conheci", relata a filha Jaqueline.
Jorge nasceu em Barra do Piraí (RJ) e faleceu em Valença (RJ), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Jorge, Jaqueline Costa de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por Laís Oliveira, revisado por Ana Helena Alves Franco e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2021.