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Jorge Rosa de Faria

1952 - 2020

Amoroso, brincalhão e apaixonado por carne seca. Realizou o sonho de ver a filha se formar.

Depoimento concedido por Aline, filha de Jorge:

Meu pai era uma pessoa maravilhosa, viveu pra família. Era aposentado, mas trabalhou como motorista a vida toda. Ele teve que se aposentar por conta de uma doença nas articulações, mas mesmo sentindo dores, ele não perdia uma piada.

Era a pessoa mais "de boa" do mundo. Minha mãe brigava com ele e ele achava graça. Viveram quarenta e oito anos juntos (contando o tempo em que se conheceram e de casados) e ele era apaixonado por ela.

Foi exemplo de pai e de marido amoroso. Também era um avô apaixonado pelo netinho de 8 anos. Ele o amava muito e adorava receber seu pagamento só pra dar dinheiro pro neto colocar no cofre. Chamava ele de "o bonitão do vovô".

Adorava comer uma carne seca. Dizia: "Carne seca é bom. Viva a carne seca!". Gostava de fazer um cafezinho à tarde, que chamava de "bibico fresco"... Coisas que só ele falava e acabavam entrando no vocabulário de quem ele conhecia. Também amava pescar.

O dia mais feliz da vida dele foi o dia da minha formatura. Foi um sonho que ele realizou com muito esforço.

Até o último momento fez piada de tudo. Quando eu falei que ele ia pro Hospital Oceânico, que é em Piratininga (um bairro na região Oceânica, onde ele sempre ia pescar) ele ainda falou que ia aproveitar pra dar uma pescada.

Ele era uma pessoa muito querida e muito família, simples, nasceu e morou a vida toda no mesmo lugar. Era um lutador, honesto e viveu pra família dele.

Jorge nasceu em Niterói (RJ) e faleceu em Niterói (RJ), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Jorge, Aline Francisca de Faria. Este tributo foi apurado por Hélida da Matta, editado por Débora Zanchi, revisado por Sandra Maia e moderado por Rayane Urani em 9 de março de 2021.