1948 - 2020
Sonhava em conhecer o Rio de Janeiro e, se o chamasse para viajar, já estava com as malas nas mãos.
Ele assumiu as responsabilidades da casa aos 18 anos, ajudando sua mãe a cuidar dos dez irmãos. Seu primeiro emprego foi no jornal Diário de Pernambuco.
Teve cinco filhos, cinco netos e três bisnetos. “Criou todos os filhos com muito carinho, era presente e fez com que nos tornássemos adultos bem-sucedidos e felizes”, diz a filha Michele. José Adolfo ligava diariamente para cada um dos cinco filhos para saber como estavam e, no final da ligação, sempre dizia “Que Deus lhe abençoe”.
Trabalhou como panificador por mais de vinte anos, na Vila São Miguel, em Recife, bairro em que ficava sua padaria. Tinha uma forma especial para conquistar seus clientes, seu bordão era: “Quem vai, quem vem, vamos de loura e morena também”, recorda a filha Michele que relembra da padaria lotada e de todos brincando com ele. Como comerciante, sempre estava presente nos negócios, gostava muito de atender ao público. Também apelidava, carinhosamente, os clientes mais próximos.
Torcedor do Sport Clube do Recife, José Adolfo também adorava ouvir músicas do cantor Roberto Carlos. Sonhava em conhecer o Rio de Janeiro. “Topava qualquer parada com os filhos. Se chamasse ele para viajar, já estava com as malas nas mãos”, recorda Michele.
José nasceu no Recife (PE) e faleceu no Recife (PE), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de José, Michelle Cristina Lins. Este tributo foi apurado por Hélida Matta, editado por Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 7 de outubro de 2020.