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José Armando Rocha

1957 - 2020

Ele ficava com olhinhos brilhantes de prazer quando via uma borboleta, ouvia o canto dos passarinhos ou tomava um banho de rio.

Homenagem da sobrinha, Caroline, a seu amado tio:

Ele consertava tudo! Aprendeu sozinho a mexer nas coisas. Durante algum tempo trabalhou como porteiro de uma escola. Era conhecido por todos os alunos, dada sua simpatia e gentileza.

Ele sempre se preocupava com todos, ligava pra gente e perguntava por todo mundo, de um por um. Não existe nenhum lembrança ruim em relação a ele. Sempre foi uma pessoa amorosa e gentil.

Fazia gosto em estar perto da natureza, dos animais e em sua cidade Natal. Não queria sair de lá, mesmo que fosse por alguns poucos dias. Foi casado com Dona Josefa, e com ela teve uma filha, Joyce. Ele amava cuidar de sua neta, estar em contato com os pássaros e perto das águas frescas dos rios.

Sua alma era puríssima. Era um ser de amor que sofreu muito na vida, mas mesmo assim não perdeu sua doçura e gentileza. Ele era muito bondoso, alegre e paciente; vivia com um sorriso no rosto. A última vez que nos falamos por vídeo chamada, ele parecia uma criança sorridente por estar me vendo. Aliás, era ele quem fazia todo mundo rir com suas histórias.

Era meu tio borboleta. Carregava a leveza e a pureza do olhar de uma criança. Era doce e cheio de amor.

José nasceu em Cedro de São João (SE) e faleceu em Propriá (SE), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela sobrinha de José, Caroline Mendonça. Este tributo foi apurado por Irion Martins, editado por Ana Macarini, revisado por Ana Macarini e moderado por Ana Macarini em 11 de abril de 2022.