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José Claudiano Santos

1934 - 2020

Nordestino fiel à cultura, fã de Luiz Gonzaga e de amar sem limites.

José foi trabalhador desde criança. Teve emprego na roça, no açougue, foi motorista de ônibus e frentista de posto. Escutava fielmente e frequentemente as músicas de Luiz Gonzaga e forrós diversos.

Gostava de contar histórias de sua infância e de sua caminhada na vida. Fazia as pessoas ao seu redor sentirem que sua companhia era um presente, e isso acontecia pois seu amor era genuíno para aqueles com quem convivia.

Era difícil não se entregar ao seu humor ─ sempre tão leve e proposital ─, para que todos ao seu redor estivessem constantemente sorrindo. Viveu um casamento abusivo, mas, em seus últimos trinta e seis anos, encontrou a paz em sua segunda esposa. "Desde que se encontraram, a vida foi feliz", afirmou sua neta.

O amor matrimonial em que vivia inspirava todos que encontravam com o casal. "Faziam tudo juntos, era lindo vê-los voltando do mercado, cada um com uma sacola na mão, porém sempre de mãos dadas."

Apesar do Alzheimer, reconheceu em silêncio seu grande amor, e esse gesto tão delicado ficou memorável a partir daquele dia para todos que presenciaram.

José era nordestino apaixonado por sua terra e estava sempre disposto a ajudar, independentemente da dificuldade que seria.

Ele deixou ensinamentos e gratidão, eternizados em memórias de amor e sorrisos.

José nasceu em Pão de Açúcar (AL) e faleceu em Embu das Artes (SP), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de José, Patricia. Este tributo foi apurado por Helida Matta, editado por Aléxia Caroline, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de novembro de 2020.