1950 - 2021
Para ele não havia barreira intransponível. Mais que um homem gentil, era um encantador de gente.
Mano, assim Jose Enaldo era chamado pela família e amigos, era um homem honesto e trabalhador. Enfrentou com coragem muitas lutas, como o infarto, que deixou como lembrança uma ponte de safena. Os médicos disseram que ele não teria mais que dez anos de sobrevida, mas o que eles não sabiam é que o Mano gostava muito de viver e viveria por mais vinte e oito, para alegria de todos que o amavam. “Nosso amado Mano era uma pessoa incrível”, recorda a filha Elaine.
Foi um marido dedicado, implicante e cuidadoso e sua dedicação à esposa era tamanha, que bastava vê-los para notar que ali havia amor, não só nas palavras, mas no ser e estar juntos, pra tudo. Amou os quatro filhos que criou com muita dignidade, e era considerado o melhor tio pela maioria dos sobrinhos.
Em sua vida não havia lugar para tristeza. Era homem de hábitos simples, amava cozinhar e preparava pratos deliciosos, pois tinha prazer em alimentar as pessoas e ver a alegria que aquelas delícias proporcionavam a elas. Gostava de ver novelas (mas em segredo!), passear todos os dias de bicicleta pelas ruas do bairro nas suas idas ao mercado, ir à lotérica e assistir aos jogos do Santos Futebol Clube, seu time do coração.
Tinha uma presença marcante, quase mística, e não precisava de muito esforço para atrair as pessoas para perto dele, com seu jeito simples e brincalhão. Contar piadas e fazer sorrir era uma de suas maiores habilidades. Não era homem de dar conselhos, mas foi exemplo pela forma como encarava o mundo e as adversidades: com bom humor, gentileza e doçura.
Jose Enaldo foi amigo, companheiro, pai presente, o tio divertido, e o avô de sete netos que faziam dele o que queriam, como voltar a ser criança. "Ele foi incrível, necessário e inesquecível".
Deixa saudade e lembranças doces àqueles que o conheceram.
Jose nasceu em Moreno (PE) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Jose, Elaine Albuquerque da Silva Cataneo. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Rosa Osana, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 22 de maio de 2021.