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José Maria Dutra

1947 - 2020

Ganhou o mundo e retornou para o seu Ceará. À família, legou a educação, algo que "ninguém pode tirar".

Ele era conhecido como Dutra. "Muito inteligente, engraçado, solidário, adorava ajudar as pessoas e tinha muita empatia", enumera sua filha Sílvia.

Dutra nasceu em Paracuá, no distrito cearense de Uruoca, e dali, com apenas 15 anos, saiu para "ganhar o mundo". "Ele queria conquistar seus sonhos e foi para o Rio de Janeiro", conta a filha.

Na capital fluminense, trabalhou como office-boy, estudou e se tornou bancário, voltando ao Ceará no cargo de subgerente. Depois, saiu do banco e tornou-se vendedor, atividade na qual foi premiado. Ainda trabalhava como corretor de seguros.

"Ele conquistava as pessoas com seu carisma", diz Sílvia. Na vida pessoal e familiar, teve um casamento de quarenta e seis anos, que gerou quatro filhos e seis netos. "Ele sempre disse aos filhos que a maior herança que deixaria, seria a educação, pois isso ninguém poderia nos tirar", lembra.

E assim foi. Os filhos, decerto, receberam a herança. Dutra, a primeira vítima da Covid-19 no Ceará, cumpriu seu legado.

José nasceu em Paracuá (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de José, Sílvia Almada Dutra Dourado. Este tributo foi apurado por Denise Pereira, editado por Débora Zanchi, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2020.