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José Pinheiro dos Santos

1939 - 2020

Seu legado está posto para todos, construído ao longo dos seus 80 anos de existência.

Zeca, Pinheiro, seu Zé, meu velho, pai, avô, bisavô, sogro, irmão, tio, amigo ou “O mergulhador”. São muitas, as formas carinhosas de nomear o José Pinheiro dos Santos.

Lutou bravamente. De frágil, só a aparência. A força fora demonstrada em seus cabelos completamente brancos, no seu silêncio, nas suas palavras e, com potência admirável, nos seus gestos.

Um marido preocupado: "minha filha, a sua avó, como ela está?", perguntava ele. Um pai amável e que fez pelos filhos o melhor que pôde, mas que sempre pedia perdão, por querer ter feito mais. Um avô...ah, chega a ser difícil para a neta, Priscila, encontrar palavras que deem a dimensão do que foi o avô desempenhando esse papel.

"Ele era o avô que queria o bem, que fez o bem e emanava amor. Ele era o avô que contava piada. Que jogava dominó. Que nos ensinou, descrito pelas palavras do poeta Djavan que 'o amor é como um raio, galopando em desafios, abre fendas, cobre vales, revolta as águas dos rios'", relembra Priscila.

O legado de José está posto para todos, construído ao longo dos seus 80 anos de existência: trabalho, dignidade, força, luta e amor.

"O senhor foi um avô maravilhoso, o melhor que eu podia ter. Por tudo o que fez por todos, retribuímos fazendo tudo o que for possível, por você”, promessa de sua neta, Priscila.

José nasceu em Mazagão (AP) e faleceu em Santana (AP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de José, Priscila dos Santos Pereira Cardoso. Este tributo foi apurado por Viviane França, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 12 de julho de 2020.