1976 - 2020
Otimista, sempre via o copo cheio. E se fosse de cerveja, já tomava.
Quando a bandeira rubro-negra balançava, a gente já sabia que a festa ia ser grande. Meu pai era um flamenguista apaixonado. Foram tantos momentos juntos! Seria impossível dizer um que tenha sido mais especial que outro, porque ele fazia qualquer ocasião ser especial, com seu jeito alegre de ver a vida. Pra ele tudo sempre ia dar certo. Até o divórcio foi um sucesso.
Pois é. Casou-se muito cedo com Luanna, minha mãe. O casamento não deu certo, mas a amizade que tinham deixava muita gente admirada. E eu, no meio desse relacionamento de confiança e respeito, fui crescendo na torcida dessa amizade que transmitia a tranquilidade que toda filha deseja ver em seus pais.
Começou a trabalhar muito cedo também. Meu pai era um gerente comercial que se tornou líder pela competência e pela humildade. Os que conviviam com o Tety, como ele era chamado, sabiam que mesmo uma boa rodada de cerveja e umas boas gargalhadas em torno de uma mesa de macaxeira frita não eram motivo para se perder o respeito e a ética.
Sua tranquilidade constante chamava a atenção de todos. Diziam até que ele não ia morrer nunca. O conselho sábio na hora certa fez dele o melhor e mais sincero amigo daquela família, um amigo que partiu contra a vontade de todos nós e dele, deixando um vazio que jamais será preenchido novamente.
Só um consolo eu tenho na lembrança: seu sorriso tranquilo será meu companheiro por toda minha vida. Meu pai será meu amigo inesquecível.
Escritora desta história Sandra Maia em entrevista com Maria Clara, filha de Joseci.
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Joseci, também conhecido como Tety, sempre via o lado bom da vida. Tinha relações harmoniosas com todo mundo, inclusive com a mãe de sua filha Maria Clara, de quem se separou, mas com quem mantinha uma amizade bonita.
Trabalhava como gerente comercial. E era considerado um sábio, um bom conselheiro, ótima pessoa para se ter como amigo. Era flamenguista e gostava de tomar uma cervejinha, que sempre vinha acompanhada de muitos sorrisos.
Joseci nasceu Riacho dos Cavalo (PB) e faleceu João Pessoa (PB), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Giovana Madalosso, em entrevista feita com filha Maria Clara, em 21 de maio de 2020.