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Jucilene da Silva Lima

1965 - 2021

Fez da propagação da fé sua missão maior na Terra, e será para sempre o maior exemplo de amor e generosidade para seus descendentes.

A Pastora Jucy, como era conhecida, era uma mulher que refleia a bondade de Deus, boa esposa, mãe, avó, líder espiritual, amiga, conselheira e confidente, que viveu para propagar a fé, para sua família e sua comunidade. Dedicava-se de uma forma que parecia até ter esquecido um pouco de si mesma.

Era muito apaixonada pelos dois filhos e pelos netos. Gostava da família reunida, da casa cheia, de sentar-se à mesa para conversar, rir, viver aqueles momentos, simples e cheios de significado para ela. Sonhava em um dia ver o filho mais novo alcançar tudo que ela acreditava que conseguiria, e ele tem honrado sua aspiração.

Era admiradora do judaísmo, amante de livros e de supermercados, e desenvolvera o hábito de visitá-los sempre que viajava para conhecê-los.

Orleane, sua nora e grande admiradora, conta:
“Eu costumava dizer que ela era uma ligação direta entre os céus e a Terra, tamanha era sua sabedoria, doçura e compaixão pelo próximo. Seu olhar era doce, generoso, penetrava a alma. Suas palavras eram sábias, firmes, acalentavam o coração de quem as ouvia. Seu coração era puro. E ela era forte, muito forte. Viveu uma vida de abdicações e provações em nome daqueles que ela amava e queria proteger. Passava horas do seu dia orando por aqueles que amava, até mesmo por aqueles que ela nem conhecia, e também escrevendo sobre o judaísmo e sobre como sermos pessoas melhores.”

Sua dedicação chegou ao extremo quando, em fevereiro de 2021, ela foi convidada a ministrar num congresso em Mogi das Cruzes, São Paulo, com centenas de pessoas, num dos piores momentos da Pandemia e quando não havia vacina disponível ainda.

Ela foi convidada a falar de Deus, pedido que jamais recusaria. Assim, ela foi para aquela que seria sua penúltima viagem e passou uma semana no local do evento. Quando retornou a Salvador, ela não se sentia bem e seu quadro evoluiu para internação e óbito.

E a nora fala sobre a perda vivida pela família:
“Meu esposo perdeu a mãe, eu perdi uma sogra amável, que era minha amiga. Os filhos que teremos perderam a oportunidade de ter uma avó incrível.

Ela não esteve presente, pelo menos não fisicamente, em nosso casamento, não estará presente quando contarmos à família algum dia que seremos pais. Nós a perdemos para o negacionismo, para a irresponsabilidade de muitos, para o egoísmo e sequer ouvimos um pedido de desculpas de quem organizou aquele evento..."

E Orleane continua:
"Você tinha uma gargalhada gostosa de se ouvir e a mania de pôr a mão à frente da boca quando ria. Desde que a senhora partiu, não tem um só dia que em eu não me lembre da senhora e que não sinta muito a sua falta.

A senhora será eterna em nós e faremos de tudo sempre para honrar a sua memória e tudo que a senhora nos ensinou. Eu te amo!”

Jucilene nasceu em Alagoinhas (BA) e faleceu em Alagoinhas (BA), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela nora de Jucilene, Orleane Barros Menezes Lins. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Ana Macarini em 28 de maio de 2023.