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Juliano Rodrigues do Santos

1982 - 2021

Pedagogo e músico, dono de um brilho especial e de um coração enorme, ele espalhava alegria por onde passava.

Juliano era filho de Ana Cristina e Genildo, ambos educadores e de quem ele herdou o dom de ensinar. Com os pais ele era extremamente carinhoso e estava presente em todos os momentos, auxiliando em tudo que lhes fosse necessário.

Era casado com Jackeline, também professora. Os dois se conheceram em Vera Cruz e ficaram juntos por aproximadamente quinze anos, até o falecimento dele. Juliano era um marido extremamente presente e apaixonado pela esposa.

Dizia que o seu maior sonho era tornar-se pai, compartilhando seu desejo por onde passava. A chegada do Arthur foi motivo de muita celebração por ele e pela família, tanto que o fato até se tornou matéria jornalística, tamanha era alegria de todos. Completamente devotado ao filho, nas horas livres estava sempre a postos para passear com o pequeno e orgulhava-se a cada conquista de seu menino.

Juliano possuía um coração do tamanho do mundo! Por ser bondoso e muito prestativo, dificilmente dizia não para algo que lhe era pedido. Fazia todas as suas atividades sempre com um largo sorriso no rosto — sua marca registrada! Era uma pessoa iluminada e comovia-se facilmente, não precisando de muito para que seus olhos, com a mesma frequência dos sorrisos, ficassem marejados de lágrimas.

Além do amor pela família, Juliano se dividia entre duas paixões: a Educação e a Música.

Começou a sua trajetória profissional no serviço de saúde da cidade em que nasceu. Posteriormente, foi Secretário da rede municipal de ensino e, após a sua formação em Pedagogia, lecionou em escolas públicas da cidade de Garça, no interior paulista. Fazia de modo impecável todos os seus afazeres e foi numa creche que contraiu a Covid-19, quando retornou às aulas presenciais.

Extremamente apaixonado por música, fazia questão de incluí-la em todas as suas atividades. Era coordenador do Coral da Igreja Católica de Vera Cruz e de programas de atendimento social com música oferecidos a quase duzentas crianças da cidade. Nas suas horas livres, escutava música alta e vivia assobiando canções.

Muito querido, todo acontecimento de sua vida tomava proporção de figura pública, do nascimento do filho até o seu falecimento. “Em família, tínhamos um bordão para todas as vezes que um feito dele se tornava notícia: 'Tinha que ser o Juliano de novo!'”, contam a irmã Dani e o primo Vítor, bem como relembram que ele se mantinha sempre bem vestido e cheiroso.

Para finalizar, os dois acrescentam: “O Juliano tinha um brilho especial que ressoava por todos os lugares em que passava e encantava as pessoas. Durante o período de internação, centenas de pessoas se mobilizaram em orações, pedindo pela sua vida. A sua luz, que emanava paz e conforto a quem teve o privilégio de com ele conviver, bem como o seu habitual sorriso, jamais serão esquecidos”.

Juliano nasceu em Vera Cruz (SP) e faleceu em Marília (SP), aos 38 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã e pelo primo de Juliano, Dani Palma e Vitor Mofatto. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 6 de maio de 2023.