1963 - 2020
Não tinha limites para fazer seus filhos felizes, a alegria deles era sua alegria.
Os filhos eram sua paixão. Em todos os dias, dedicou-se a ser a melhor mãe que Lenita e Felipe poderiam ter. Por isso, dava mais que cem por cento de si.
Na infância, teve uma criação rigorosa e era motivada pelos pais a tirar boas notas. Não se deixou acomodar pela sua condição familiar privilegiada. Trabalhou desde cedo e se formou em contabilidade, buscando ser independente.
Casou-se aos 20 anos com aquele que seria o pai de seus filhos. Quando a primeira filha nasceu, mudou seu jeito tímido, pois tinha que ser adulta da noite para o dia.
Com a chegada do segundo filho, Felipe, portador de síndrome de Down, surgiu o desejo de ser professora, cursou então, Pedagogia. Ela não queria apenas cuidar do filho, mas também ensinar todos ao redor a aceitar as pessoas com deficiência.
Carregou essa batalha por todos os lados. Jamais permitiu que o filho fosse visto com preconceito. Não tinha limites para fazer seus filhos felizes, a alegria deles era sua alegria. Assim, junto com Felipe, criou o "Hot Dog do Chef Lipe".
Vivia sempre ocupada. Às vezes, até esquecia de si. Chegava a ir dormir apenas de madrugada, de tão atarefada com a rotina.
Construiu uma relação de amizade e confiança com os filhos. Certa vez, falou para a mais velha, a Lenita: “Você pode contar comigo para o que der e vier, para absolutamente tudo. Comigo você pode contar e confiar”.
Katinha era alagoana, de alma e coração.
Kátia nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Maceió (AL), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Kátia, Lenita Bandeira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Darlanny Ribeiro - Projeto de Extensão da Universidade Federal de Alagoas, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.