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Keller Regina Constantino Joaquim

1974 - 2021

Assim como cozinhar, cuidar também era seu dom. Ao mesmo tempo que alimentava, nutria com amor e dedicação.

Esta é uma homenagem de Giselly para sua irmã:

Dizem que a gente só fala bem de quem parte. Pode até ser um costume, mas no caso da Keller não tem como ser diferente, porque não se tem nada de ruim para lembrar dela.

A primogênita das cinco filhas de seu Alcides e dona Reni ajudou a nos criar e foi a sustentação de nossa mãe quando ela mais precisou.

Tinha uma energia inesgotável, dividida entre o convívio com a Isa ─ a filha que a enchia de orgulho ─, seu emprego como instrutora de autoescola e o cuidado com a mãe ou com qualquer um que precisasse. Trabalhava muito, sempre com aquele maravilhoso sorriso no rosto.

Nunca parava quieta. Onde havia algo a fazer ou alguém precisando de alguma coisa, lá estava ela. Uma disposição gigantesca, só não maior que a alegria de viver, de curtir cada momento com os amigos e a família.

Engana-se quem pensa que, por trabalhar tanto, ela não aproveitava a vida. Ô se aproveitava! Amava viajar e desbravar os mais diversos cantinhos do nosso Brasil. A única coisa que não podia faltar era um copo na mão e uma cerveja gelada.

Cozinhar para nós e para os amigos era um grande prazer para ela. A galinha ensopada que fazia era especial, tudo acompanhado sempre de uma “caipira bem docinha”. Cozinhava como quem cuida e cuidava como quem alimenta.

Viveu intensamente cada momento de seus quarenta e sete anos. Viveu, cuidou, cozinhou, riu e amou a vida com toda sua força.

Keller nasceu de Araranguá (SC) e faleceu em Tubarão (SC), aos 47 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Keller, Giselly Prates Joaquim. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Thogo Lemos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de junho de 2021.