Sobre o Inumeráveis

Laércio Cusin

1953 - 2020

Na vida, ele alimentou pessoas, sorrisos, paixões e um grande amor.

Laércio iniciou a vida profissional muito cedo. Ao lado do irmão, de quem era muito próximo, seguiu os passos do pai no ramo cerealista. Foi através da empresa familiar que exerceu a sua solidariedade aos moradores de Itararé, cidade paulista em que morava na época. "Ele alimentou muita gente e ajudou as pessoas a construírem uma vida digna. E o que a sua mão direita fazia, a esquerda nunca ficava sabendo", conta a nora Flávia.

Infelizmente, o seu irmão e também sócio faleceu em um acidente de carro, quando ainda eram jovens. Contudo, a dor dessa despedida não apagou o sorriso de Laércio, que de pouco só tinha os cabelos. A sua generosidade e alegria seguiram abundantes.

Laércio apreciava os bons momentos da vida. Gostava de comer, jogar baralho, curtir um som ao vivo, tomar vinho e banho de piscina. Gostava de carros e do Palmeiras, seu time do coração. Mas se tinha uma coisa que ele não gostava, era de assobio. Isso era melhor compreendido do que a expressão "Meu cepilho!", pronunciada por ele quando se espantava com algo, fazendo com que todos rissem.

Ele nutriu muitas paixões na vida, a maior delas pela sua esposa Rosária Aparecida do Prado Cusin – que também foi homenageada no Inumeráveis Memorial. Foram mais de quarenta anos juntos, exceto por um intervalo de exatos trinta dias – passados entre o falecimento de um e de outro. Com ela, Laércio teve três filhos: Regina, Cesar e Renato, e cinco netos: Bruno, Guilherme, Gabriel, Heloísa e Nina, pelos quais ele era encantado.

Em seu cenário de felicidade havia churrasco, cerveja, todos reunidos e muitas risadas. "Lembraremos dele sempre de regata, bermuda e chinelos; sorrisão no rosto e espeto de churrasco na mão", descreve Flávia, que acrescenta: "Hoje, ele vive o 'felizes para sempre' com a sua Rô, na eternidade". Laércio também ficará na lembrança dos seus filhos e netos, das noras Flávia e Juliana e do genro Alessandro, como uma pessoa altruísta, alegre, humilde e amorosa.

Laércio nasceu em Jundiaí (SP) e faleceu em Itararé (SP), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela nora de Laércio, Flávia Villela Cusin. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Luciana Fonseca, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de setembro de 2020.