1952 - 2020
Companheiro de viagem, leitor voraz sobre língua portuguesa, gramática e História do Brasil, e ainda amante da dança.
Amigo de viagem, homem de poucas palavras, amante da dança e leitor. Lélhão foi um ser humano integro e espetacular.
Nas horas vagas, gosta de ler tudo que envolvesse gramática brasileira, colunas de português em jornais e livros sobre a história do Brasil.Trabalhava como assistente legislativo e tinha mania de sempre almoçar em pé.
Era apaixonado pela dança. Suas performances ficaram registradas em vídeos nos celulares da família.
Casado com Marinalva por 37 anos, teve dois filhos com ela: Matheus e Amanda. Além do casal, teve mais uma filha de outro casamento: Fabíola. Apaixonado pelos filhos, Lélio ensinou muito sobre a vida para Matheus.
Desde que o filho era pequeno, ele tinha o costume de viajar com a família para uma cidade do interior do Pará, para que as crianças tivessem contato com os avós paternos. As visitas a pequena cidade de Conceição do Araguaia, no sul do Estado, fizeram com que o menino Matheus crescesse com consciência sobre as diversas realidades sociais.
Com o tempo, o filho tomou gosto pelo local. Em uma das visitas, precisaram voltar com antecedência, o que fez Matheus ficar chateado e ir no banco traseiro do veículo - coisa que não costumava fazer, já que era o copiloto do pai.
Quando estavam na metade da viagem, a família parou em um posto de gasolina para abastecer e tomar um café. Matheus, que estava dormindo, acordou, desceu do carro, e foi ao banheiro. Quando voltou, os familiares não estavam mais lá.
Sem carteira ou celular, restou a ele esperar. Ao anoitecer, a família retornou, depois de Lélio ter dirigido por aproximadamente 500 quilômetros acreditando que o filho ainda dormia no banco traseiro. A história virou motivo de muito riso na família.
Antes de partir, Lélhão concluiu: "Minha missão foi cumprida".
Lélio nasceu em Conceição do Araguaia (PA) e faleceu em Brasília (DF), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Lélio, Matheus Matos Freitas. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Larissa Paludo, revisado por Lícia Zanol e moderado por Rayane Urani em 26 de novembro de 2020.