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Lindomar Marques Viana

1969 - 2020

Ele e sua churrasqueira eram os responsáveis por manter família e amigos juntos e alegres.

Não era raro ouvi-lo dizer “aqui o sistema é bruto!”. Mas pense em um bruto com muito carinho e generosidade para oferecer.

Sua alegria só não vinha antes de sua autenticidade. Acolhia a todos ao mesmo tempo em que não deixava de falar o que precisava ser dito.

A paixão por churrasco era de outro mundo. Na sexta-feira santa do ano passado, o bacalhau quase pronto não o impediu de tirar uma dúvida com um dos convidados ao almoço na casa de seu irmão. Virou-se para o padre e perguntou: “Padre, seria muito problema eu colocar um churrasquinho na churrasqueira hoje?”.

O padre respondeu que "o mal para o homem não é o que é colocado da boca para dentro e sim o que sai da boca para fora".

Essa memória o resume bem para seu irmão. “Era o que ele precisava ouvir para ser simplesmente o Lindomar de sempre”.

Irmão de dez, pai de dois e companheiro de Fátima, era o porto seguro de uma família inteira. Junto com ele, tudo ficava mais fácil de ser resolvido.

Gostaria de ser lembrado com felicidade. E pela felicidade. Era o modo como encarava a vida. E como gostaria que todos a seu redor fizessem: “enfrente a vida com alegria que será mais fácil!”.

Lindomar nasceu Buritirama (BA) e faleceu Osasco (SP), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Estudante de Jornalismo desta história Beatriz Gatti, em entrevista feita com irmã Adriana Marques Viana, em 4 de junho de 2020.