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Luciana da Silva Lima

1972 - 2020

Distribuía amor a todos, mesmo àqueles que não conhecia. Era feliz.

Luciana era sinônimo de amor e alegria. Sua risada, seu amor e seus abraços eram distribuídos de forma gratuita a todos que dela se aproximassem. Com isso e com seus longos beijos, curava qualquer dor. É que Luciana possuía, em seu corpo de menina-mulher, um coração puro e generoso que, por 48 anos, não apenas bateu em seu peito, mas soube exalar felicidade de uma maneira única e inesquecível.

Ela amava ir à igreja. Também gostava de bolos e, quando tinha frango nas refeições, a coxa era só dela.

Passava os seus dias lendo a Bíblia ou então alguma revista velha da Avon que encontrasse perdida em algum lugar da casa.

Luciana nunca trabalhou fora de casa, nunca estudou, mas sabia como ninguém reconhecer as peças de roupas de cada integrante da família. Ela as dobrava primorosamente, do seu jeitinho. Além disso, sempre ajudava varrendo a casa e lavando um ou outro copo que estivesse na pia.

"Ela era a nossa bebezinha, nosso anjo! Minha menina virou a estrelinha mais linda e bondosa lá no Céu. Lá em cima está contagiando todos com sua risada única e alegre. Para sempre será o xodó da família Lima. Para sempre te amarei, tia Luciana", finaliza lindamente sua homenagem a sobrinha Lidiane.

Luciana nasceu em Aquiraz (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Luciana, Lidiane Lima da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Sandra Maia e moderado por Rayane Urani em 17 de dezembro de 2020.