1954 - 2021
A crocheteira que possuía a habilidade rara de sorrir com os olhos, e de ser abrigo a quem dela necessitasse.
Lucidalva era casada com Juvêncio José dos Santos, tinha sete irmãos, uma filha e duas netas. Conta a neta, Maria Luiza, que a avó era tão cuidadosa com todos que às vezes, até se esquecia dela mesma. “Lembro-me de quando a minha bisa, mãe dela, estava doente e vovó passava noites acordada para cuidar da mãe. Ela sempre gostou muito de zelar por todas as pessoas à sua volta”.
Por essa característica que extrapolava a profissão, Lucidalva era considerada a “mãezona de todo mundo”, a “fortaleza da família”, relata a neta.
Antes de se aposentar, Lucidalva trabalhava como auxiliar de enfermagem na associação dos aposentados, cuidando de idosos.
Também amava exercer o cuidado presenteando as pessoas queridas com roupas e tapetes confeccionados artesanalmente com agulha e linha, enganchando criatividade e afeto, ponto a ponto em seu crochê.
Seu afeto alimentava a alma e o corpo da família, “sempre com um sorriso imenso nos olhos” e uma “comida gostosa” na mesa, lembra Maria Luiza.
Seus braços acolhedores estavam sempre disponíveis para confortar e acarinhar. “Lembro-me de um momento em que eu estava chorando e ela me abraçou e conversou comigo sobre o que estava acontecendo. Eu ficava no colo mesmo”, afirma a neta.
O colo amoroso que acolhia as netas e a filha, o abraço forte que envolvia toda a família não estão mais disponíveis fisicamente, mas estarão sempre na memória e no coração como um presente deixado a todos que conviveram com essa incrível e generosa mulher.
Lucidalva nasceu em Tanhaçu (BA) e faleceu em Brumado (BA), aos 67 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Lucidalva, Maria Luíza Guimarães Santana Santos. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lícia Zanol e moderado por Ana Macarini em 29 de agosto de 2021.