1946 - 2021
Comunicativo e bom contador de histórias, ele tinha intuição para negócios e sentia prazer em trabalhar.
Era dono de um senso de humor afiado, peculiar e criativo como poucos. Economista de formação, nunca foi pegar o diploma. Tornou-se empresário por vocação: sempre tinha em vista a ideia de um bom negócio.
Sabia contar causos e histórias como ninguém e em seu repertório sempre havia alguma para contar. Apreciava uma boa conversa e tinha o dom da comunicação. Assim, não por acaso, trabalhou em rádio, embora não diretamente diante dos microfones.
Ele foi o primogênito e já nasceu lutando pela vida, em circunstâncias que o ensinaram a lidar com suas limitações de uma maneira única e corajosa.
Amou muito a família que constituiu, fazendo-se protetor da esposa, filha, genro e neta. Preocupava-se com todos, mesmo sem estar em contato sempre. Apesar de nunca ter usado aliança, fazia questão de se lembrar do dia em que conheceu a esposa. Era a sua maneira peculiar demonstrar amor.
Soube enfrentar os golpes que a vida lhe impôs com a perda de dois filhos. Esse vazio ele superou dedicando-se ao máximo à filha única e caçula, “com todo amor do mundo”, como ele gostava de contar. Cantava e dançava para fazê-la dormir. Essa filha permitiu que vivesse a alegria de ver a neta nascer e receber o seu nome.
Era metódico e amava a rotina. Muito disciplinado, gostava de acordar cedo, fazer as coisas sem pressa e odiava se atrasar. Considerava o trabalho como a melhor maneira de se sentir completo e produtivo e, por isso, queria continuar trabalhando de domingo a domingo e nunca tirava férias.
Nas horas livres, seu maior aliado era o radinho de pilha, que não largava nem mesmo enquanto assistia ao futebol na TV. Nunca perdia o campeonato pernambucano, com os jogos do seu time do coração, o Náutico, que conseguiu ser campeão depois de sua partida.
Além dessas paixões, gostava de resolver charadas e de uma boa comida, chegando a sentir prazer apenas com a lembrança das delícias que apreciava, como a galinha de cabidela e a buchada.
Era muito observador e tinha uma memória impressionante! Possuidor de um forte senso de justiça, passou por dificuldades, mas nem por isso deixou de lutar pelo que acreditava ser o correto.
Luiz nasceu no Recife (PE) e faleceu no Recife (PE), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Luiz, Luize Andrade Lacerda. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 8 de agosto de 2021.