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Magda Lopes de Freitas Lima

1971 - 2021

Tudo era motivo de risada depois de um “paaaai amado!”, com a entonação que só ela sabia dar.

Era amor da cabeça aos pés. Um vendaval de intensidade chamado Magda.

Professora de Química, ensinava a seus alunos mais do que fórmulas e estruturas de átomos, ensinava sobre o amor e o carinho, sobre o afeto e o carisma, que só bons professores têm. E ela tinha de sobra.

Viveu com emoção e intensidade. Vinha como um vendaval, devastando de amor a vida daqueles que cruzavam seu caminho, e deixando uma marca de excessos que seria reconhecida em qualquer lugar do mundo como sua. Não sabia ser metade. Magda era em tudo, inteira.

Militante e sindicalista de carteirinha, sempre lutou pelas coisas em que acreditava. Não tolerava injustiças, nem aceitava com sorriso no rosto as desigualdades que encontrava por aí. Defendeu bravamente as lutas sociais e as causas que acreditava que fariam um país mais justo e um mundo melhor.

Amava a família. Foi o xodó do papai, que tanto amou, e soube ser ainda uma mãe maravilhosa e uma avó incrível. Foi uma filha atenciosa e grata, como mãe, educou os filhos nos melhores princípios possíveis, e como avó, mimou os netos com todas as regalias a que tinham direito. Nas três posições Magda sempre foi uma coisa só: amor.

Adorava viajar, tinha uma coleção de canetas, e uma risada tão exagerada e gigantesca quanto seu amor. Gostava muito de churrasco, estava sempre chamando os familiares e amigos para “queimar uma carninha”. Evangélica, ia sempre à igreja pedir proteção e agradecer, e ouvia com frequência o hino chamado Santo (da cantora Rose Nascimento), que ela adorava cantar com a voz bonita e assim como tudo em Magda, intensa.

Magda deixa saudade em todos que tiveram a oportunidade de conhecer esse vendaval de mulher. Os alunos sentem sua falta, e a família e os amigos também. Todo mundo sente saudade de ouvir sua bela voz dizendo “paaai amado!”, como ela fazia com tanta alegria. De lá, Magda segue amando e protegendo os seus, de vez em quando, se assustando com suas atitudes e soltando o bordão com a entonação que só ela sabe fazer.

Magda nasceu em Timóteo (MG) e faleceu em Cáceres (MT), aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Magda, Bruna de Freitas Duarte Silva. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz , revisado por Francyne Nunes e moderado por Rayane Urani em 22 de março de 2021.