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Manoel da Fonseca Sodré

1923 - 2020

Meninão que fazia o melhor pão do mundo.

Sorriso largo, poucas palavras e uma risada gostosa. Homem trabalhador e honesto, cuidava de todos da família. O esposo da "menina" sempre tinha uma piada sarcástica pra contar, mesmo em seus momentos de fraqueza. Era um ser humano único que pensava frequentemente no coletivo, se mobilizava e ajudava todos que podia.

Era o avô que adorava levar os netos pra passear só para comprar doces e construía os melhores brinquedos de madeira pra eles, como aquele famoso carrinho de rolimã que tanto serviu de diversão. Fazia questão de deixar a garagem cheia de bebidas preferidas dos seus filhos e netos.

Sereno e dono de uma presença agradável, quando reunia a família era facilmente encontrado chorando, sentado em um cantinho olhando pra todos ao redor, feliz por estarem bem e perto dele. Comumente era visto pela família, orando e chorando.

Um cara bom que lutou bravamente e agora descansa, teve um anjo da guarda no hospital que era amigo de infância da família e que se tornou médico. Agora ele que é o anjo da guarda de todos que o amavam. Deixa bons exemplos, lembranças boas e acima de tudo o que verdadeiramente simboliza a palavra família. Eterno meninão.

"Agora se junte a sua menina e juntos cuidem de nós. Vai com Deus! Bênção! Te amo!" finaliza sua neta, Priscilla.

Manoel nasceu Rio de Janeiro e faleceu Rio de Janeiro, aos 97 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Bianca Ramos, a partir do testemunho enviado por neta Priscilla Pinheiro Sodré de Lima, em 19 de maio de 2020.