1952 - 2020
Um pedreiro que amava a família e cozinhar.
Manoel garantiu que sabia cozinhar quando foi pai pela segunda vez. Fizera um feijão com pedaços de porco, mas esqueceu de tirar os pelos das orelhas do toucinho e as pedras do feijão. Naquele dia, sua esposa descobriu que ele estava mentindo.
Com os anos, tornou-se o cozinheiro da família. Era a filha Sandra quem ganhava os mimos: aos domingos, Manoel entregava a ela uma marmita e se abraçavam. “Te amo, meu véio cheiroso”, dizia a filha.
Pedreiro que era, Manoel teve a habilidade de construir uma família grande ao lado de Maria Madalena, com quem foi casado por 46 anos. Da união nasceram Ricardo, Paulo, Sandra, Ronaldo, Tiago e Rogério. Aos netos, gostava de presentear com a culinária. Não tinha um que não tivesse comido a combinação de macarrão, colorau e carne assada.
Manoel era um homem trabalhador. Saíra de Minas Gerais para São Paulo para fazer a vida e por isso gostavam de chamá-lo de Mineiro. Entre os passatempos favoritos, estava festejar com a família, ver televisão e ouvir música. Das manias, a mais marcante era comer com o mindinho aberto.
Manoel Francisco dos Santos compartilhava o nome de Garrincha. Ao anjo das pernas tortas, assemelhava-se por fazer felizes aqueles que estavam ao seu redor.
Manoel nasceu em Minas Gerais e faleceu em São Paulo, aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Josué Seixas, em entrevista feita com a filha Sandra, em 21 de julho de 2020.