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Manoel Francisco Portella do Prado

1939 - 2020

Ele tinha gosto em compartilhar suas alegrias, de preferência, acompanhado por um bom chimarrão.

Seu Manoel teve um privilégio que poucos têm nessa vida: encontrar o amor. Mirtha foi sua companheira por mais de sessenta anos, com quem teve uma bela família de cinco filhos, dez netos e três bisnetos.

O professor que começou sua trajetória jovem, amante da Filosofia, pautou a justiça como seu princípio primordial, não se omitia, dizia o que tinha que ser dito, doesse a quem tivesse que doer; assim ele pensava. Além de assertivo, Seu Manoel era também solidário e generoso, estava sempre disposto a ajudar.

Para seu Portella, como também era conhecido, não tinha tempo ruim, ainda mais para um churrasco e comida boa – amava ir à praia e comer uma porção de violinha junto à família e amigos.

Comemorava o dia do gaúcho preparando uma grande costela: "Raspava aquele osso com carne gordinha que enganava até os cachorros, não sobrava nadinha", relembra a neta.

Mesmo aposentado, gostava de manter uma rotina, quando acordava tomava seu cafezinho, ao meio dia o almoço já tinha que estar servido. De tardezinha, sentava na área de casa e tomava um chimarrão acompanhado de sua amada Mirtha.

Para ele, a definição de alegria era poder ver a felicidade de todos que amava. Certa vez, ele ligou para sua neta Bruna chorando de felicidade ao saber que tinha passado em um concurso.

Esse era o avô Manoel, o melhor do mundo!

Seu sorriso contagiante se tornou sua marca, era um homem culto, de todo assunto sabia um pouco – contador de histórias nato, o que rendia bons momentos de risadas, amava se comunicar por meio das redes sociais com a família.

Dirigir era uma de suas paixões, dizia que dirigia feito menino!

Gremista de coração e de alma, colocar a camisa do time para assistir ao jogo era uma alegria, sentava em sua poltrona preferida e curtia o futebol.

Era um homem emotivo, chorava quando ouvia ópera.

Manoel Francisco Portella do Prado se tornou um estrela brilhante no céu, fazendo jus à luz que foi nessa passagem pela Terra.

Manoel nasceu em Passo Fundo (RS) e faleceu em Sapiranga (RS), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Manoel, Bruna Koehler do Prado de Campos. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Raissa Reis, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 24 de junho de 2021.