1978 - 2020
De sorriso generoso e amigável, era conversador, humilde e sempre prestativo e divertido.
Esta é uma carta que Adriano escreveu para o seu tio, Marcos Alexandre:
Ele era meu tio, era pai e irmão. Marcos Alexandre, embora meu tio, cresceu comigo e participou de parte da minha criação e, o que aqui relato, é o que todos que o conheceram sabem.
Talvez seja clichê dizer que a pessoa era especial, mas não existe outra palavra para descrevê-lo. Se um dia ele foi bravo com alguém, esse dia desconheço. Sempre tinha um sorriso largo no rosto mesmo em meio às dificuldades; eu nunca, absolutamente nunca, vi meu tio chorar, gritar, se enraivecer ou se estressar com algo. E sim! Isso pode ter acontecido, mas só o que guardo dele é o sorriso e a alegria.
É pesaroso para mim dizer que a última vez que o abracei foi em meu aniversário. Bebemos, comemos do churrasco que ele fez pra nós e, se soubéssemos que tão logo o perderíamos, eu nunca teria largado aquele abraço. Combinamos dele ir ajudar a pintar meu apartamento recém-comprado, cuja honra de mostrar a ele eu nunca terei.
Foi ele quem me deu meu primeiro videogame, que me levou para jogar bola, empinar pipa e muitas outras coisas que fizeram parte de minha infância e que me formaram como homem e cidadão de bem.
Era torcedor do Paysandu e flamenguista, adorava uma cervejinha com uma boa conversa e, além de tudo, era humilde para reconhecer suas falhas e sempre se alegrava com suas conquistas.
Essa é parte de minha história com ele, que resume toda a saudade que ele deixou naqueles que o amavam, que não eram poucos, pois não tinha inimigos, era jovem e onde chegava, fazia amigos.
Para sempre amado e nunca esquecido. Que fique sempre em nossos corações.
Marcos Alexandre Evangelista de Assis deixa filhos e esposa, irmã, sobrinhos, primos, tios e, principalmente amigos, mas herda para sempre o reino de Deus.
Marcos nasceu em Castanhal (PA) e faleceu em São Luís (MA), aos 41 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo sobrinho de Marcos, Adriano Evangelista de Souza. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 28 de dezembro de 2020.