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Marcos Ival Alves Montes

1957 - 2020

Extrovertido, entusiasmado, brincalhão, vê-lo triste era uma raridade.

Valéria escreveu a seguinte homenagem ao irmão:

"Chamado pelos amigos de 'Marquinhos', 'Pombo Roxo', 'Meu mel', Marcos era um homem apaixonado pela vida e isso se traduzia em sua alegria contagiante.

Extrovertido, entusiasmado, brincalhão, vê-lo triste era algo raro. Além disso, era amante do rock, principalmente da banda Pink Floyd. Sensível à música e às artes como um todo, sempre dizia que 'não há nada mais bonito e verdadeiro do que o amor sincero'.

Era o primogênito de um casal de fé inabalável, Ival e Vandete Montes, com os quais aprendeu o valor da família. Foi pai e avô excepcional. Gerou duas filhas lindas, as quais amava incondicionalmente: Viviany e Vanessa. Além de sua querida neta, Lara, que o chamava de 'vovô-painho'.

Ser avô o fez muito feliz. Dedicou-se muito à criação da neta, fazia tudo por ela e pelas filhas com muito empenho e satisfação. Como irmão, transcendia: era amigo, cúmplice, confidente.

Sempre presente na minha vida e na vida do meu outro irmão, 'o Conde'. De nós três, era o mais irreverente: sua risada forte e genuína era alta e ecoava. Ecoa. Ecoa em nossos corações. Lembro da dicção forte, chamava-me de 'Lela', às vezes de 'Princesinha', outras vezes de 'Lelinha'. Estava sempre à nossa disposição no que precisávamos. Muitas vezes deixava até o que estava fazendo para nos atender.

Meu irmão era o ser humano mais generoso e preocupado com o próximo que já conheci. Ajudava os pais, as filhas, a neta, os irmãos, os tios, tias, sobrinhos, primos e primas, vizinhos, amigos, além dos inúmeros desconhecidos, que só ficamos sabendo depois do seu falecimento.

Era um homem de alma nobre e não tinha um coração grande apenas com os humanos. Ele amava a natureza e os animais. Os felinos da família, por exemplo, eram tratados com muito amor e carinho. Minha gatinha Charlotte, o gato Pudim, da Viviany, a gata Nicole, da Vanessinha, e a gatinha Analu, da Lara, sempre foram xodós do Marquinhos.

Era apaixonado pelo mar e tinha uma cultura invejável. Por isso, no trabalho, foi um grande profissional. Era referência para muitos petroleiros e exemplo de trabalhador consciente na luta pelos direitos da categoria.

'Os amigos de trabalho que conviveram com ele lamentaram a perda do amigo Ival, que sempre com alegria brincava com todos e tornava o ambiente das plataformas mais leve para o trabalho. Uma grande perda para o mundo, que ficou menos feliz', nas palavras de Tezeu Bezerra, coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.

O Marquinhos deixou grande legado de generosidade de amor ao próximo, de profissionalismo, de luta em defesa da Petrobrás e pelos direitos da classe trabalhadora - além das saudades, que já tomam imensa proporção em nossos corações.

O mundo perdeu uma gargalhada contagiante e um coração imenso, mas tenho certeza de que o brilho do meu irmão reluz em outros lugares e, de onde ele estiver, olha para todos nós nesse momento e sorri de felicidade por ter deixado marca tão real e bonita em cada um de nós."

Marcos nasceu em Maceió (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 63 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Marcos, Valéria Alves Montes. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 17 de janeiro de 2021.