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Maria Amélia Figueiredo Gessé

1954 - 2021

Ensinou a temida Matemática com carinho e habilidade para seus alunos.

"Foi uma Mestra de Matemática de mão cheia e trabalhou na Rede Pública até se aposentar. Como ela gostava de ministrar aulas! Tinha um brilho inexplicável em seus olhos, quando estava em sala de aula", relembra Mônica, amiga e irmã do genro de Maria Amélia, Melinha ou "Professora Amélia", assim chamada por todos na escola que lecionava. "Ela ganhou o respeito, o carinho e muita admiração de quem teve a sorte de conviver com ela".

Filha de Dominice Gonzaga e de Mário Figueiredo, a alagoana Melinha vendia laranjas às margens do Rio São Francisco quando era criança, na Cidade ribeirinha de Penedo. Muitas vezes não tinha o que comer, mas, lutadora, se dedicou aos estudos e se tornou uma mulher forte: "O alicerce da família, a quem todos procuravam para pedir ajuda, pois estava sempre pronta para ajudar e proteger", ressalta Mônica.

Conheceu o esposo Gessé em um baile. "Foi amor à primeira vista", garante a amiga. Da união, nasceu a única filha, Anavkete. "Meus pais eram um exemplo de companheirismo, muito amor, cumplicidade e respeito. Agradeço a Deus pelos 66 anos de vida da minha mainha. Uma mulher maravilhosa, tão coração, tão protetora", reflete.

Para o único genro, Maria Amélia foi uma verdadeira mãezona por mais de vinte e cinco anos, desde a época do namoro entre ele a Anavkete. "Acompanhava-o nas farras, nos rachas(jogos de futebol), em tudo", conta Mônica, completando: "quando a sogra se juntava com o meu irmão, as boas gargalhadas eram certas. Era super alto astral e brincalhona. No carnaval de 2021, foi a mais divertida da família".

Entretanto, falar dela e não falar de sua fé seria impossível. "Seu orgulho era servir a Cristo. Fazia as orações com o coração e a alegria no rosto. Rezar o terço e o rosário eram seu hobby preferido", revela, além de mimar os netos, Arthur e Luiza. "Era uma avó muito presente na vida deles. Ai de quem chamasse os dois de feio, a avó virava uma fera", ri. "Minha mãe foi uma guerreira preciosa, de sorriso lindo. Semeava amor e carinho por onde passava. Mesmo se a pessoa estivesse errada, ela ajudava e se preocupava com ela".

Batalhadora, íntegra, honesta e admirada pelos seus alunos, "Amélia era mãe de alguém, era avó de alguém, era irmã de alguém, era tia de alguém, era amiga de alguém, era o amor especial de alguém. Minha mainha é inesquecível".

Maria nasceu em Penedo (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga e pela filha de Maria, Mônica Santos Silva Menezes. Este tributo foi apurado por Daniel Ventura Damaceno, editado por Luciana Assunção, revisado por Magaly Alves da Silva Martins e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2022.