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Maria Angélica Rangel de Souza

1967 - 2020

Artesã que moldava vidas através da alegria.

Ela carregava no olhar o júbilo de quem leva a vida com otimismo. No sorriso, a confiança de alguém que contagiava todos a sua volta.

Mãe de duas moças: Ingrid, de 27 anos, e Gislayne, de 21 anos, também era avó da Hemily, de 8 aninhos. Amava, acima de tudo, sua família. Era capaz de brigar, com quem quer que fosse, para defendê-la.

Além da mania de lavar louça sentada, gostava de brincar. E como brincava!

Deixou para sua irmã Alessandra inúmeras memórias de situações divertidas que viveram juntas.

Na infância, preferiu correr o risco de levar bronca da mãe a perder a oportunidade de pregar uma peça na irmã. Disse que o pai havia comprado biscoitos novos, e que era para Alessandra experimentar. Na verdade, os quitutes eram... comida de cachorro.

Com as mãos, criava cestas de café da manhã, fazia sublimações em canecas e camisetas.

Artesã, também cuidava da Gigi, sua filha autista.

Seu sonho era abrir uma loja de artesanato.

Através de trabalhos voluntários, doava um pouco de si para aliviar a solidão das pessoas.

Maria Angélica era uma pessoa tão singular, que viajou para o Céu a cavalo, segundo o olhar encantado da Gigi.

Maria nasceu em São Gonçalo (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro, aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela única irmã de Maria, Alessandra Rangel de Sousa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Raquel Rapini, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de agosto de 2020.