1937 - 2020
Matriarca, gostava de reunir toda sua família e, aos domingos, o almoço era sempre lá.
Ela nasceu e viveu toda sua vida na zona rural do estado do Ceará.
Foi casada com José, seu primo de 1º grau, por 55 anos, e com ele construiu uma família numerosa. Dedicou sua vida cuidando da casa e trabalhando junto ao marido na lida do campo, cuidando da criação de animais e produzindo queijo, leite, manteiga e ovos. Ficou viúva em 2012, mas manteve o trabalho no campo com a ajuda de sua família.
A sua casa, sempre arrumada de forma impecável, vivia cheia. Matriarca, gostava de reunir toda sua família e, aos domingos, o almoço era sempre lá. Numa época onde não havia eletricidade, era também a sua casa o ponto de encontro onde familiares se reuniam todo fim de dia para contarem histórias à luz da lamparina.
Um tanto controladora, nenhum acontecimento na vida de seus familiares lhe escapava, mas Dona Becilda sabia guardar segredos, o que fazia dela uma ouvinte confiável. Na sua casa não faltavam queijo e rapadura.
A sua gargalhada estrondosa era uma de suas marcas, o que contrastava com seu espírito rigoroso. Por trás da aparente dureza, tinha um coração de "manteiga". O tempo e a velhice fizeram "amolecer" seu coração e ela mesma dizia que havia redescoberto o amor quando nasceu seu primeiro bisneto, à quem deu, na ocasião, o melhor bezerro de seu curral.
Devota de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, participava das novenas, frequentava as missas e todos os dias rezava o terço. No hospital, rezou um terço junto com uma das netas, que a acompanhava.
Dona Becilda deixa 8 filhos, 12 netos e 3 bisnetos.
Maria nasceu Jaguaribara (CE) e faleceu Fortaleza (CE), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.
Jornalista desta história Carol Araujo, em entrevista feita com neta Melka Nogueira, em 20 de maio de 2020.