1969 - 2021
De presença iluminada, deixava qualquer ocasião ainda mais especial com seu famoso pavê de abacaxi.
Gracinha, um dos apelidos pelo qual gostava de ser chamada, era uma mulher única. Dedicada à fé e à Igreja Católica, era devota de Nossa Senhora e participava de todos os eventos beneficentes da Paróquia São Geraldo Majella, no Planalto Caucaia. Tinha certeza que iria pro Céu junto de Deus.
Sempre que podia, reunia-se com um grupo formado por algumas amigas e juntas arrecadavam cestas básicas e faziam bazares para angariar fundos para ajudar colegas que estivessem passando por alguma necessidade no momento.
Era casada com José Ivan e teve três filhos: Emanuel, Mariana e Lívia. Os três filhos maravilhosos e o marido sentem orgulho pela oportunidade que lhes foi dada: ter uma mãe e uma companheira como a Gracinha.
Apesar de todas as dificuldades impostas pela vida, ela soube encontrar a felicidade nas coisas simples ─ em família e com os amigos. Gracinha fazia dos encontros, momentos únicos e felizes.
Costumava dizer que seu sonho era ser professora de dança, pois dançar era sua paixão. Não perdia uma aula de Zumba ou qualquer festa relacionada aos anos 60.
Também amava conversar e ajudar pessoas e, se pudesse, certamente teria sido assistente social, para ofertar o melhor que havia dentro dela.
Para espantar os males e desestressar, cantava; para demonstrar o carinho que sempre teve por animais, mimava cães e gatos o tempo todo; a Deus, pedia saúde, paz e sucesso nas lutas diárias dos seus; para adoçar e alegrar a família toda nos encontros, levava sempre seu famoso pavê de abacaxi e empostava a voz para fazer belos discursos que tantas vezes emocionaram e tantas outras fizeram rir. Riso, ahhhh, o riso... Sua risada era marcante e quando gargalhava com uma brincadeira qualquer, fazia com que todos também se divertissem e caíssem no riso junto com ela. E pra completar, ela amava variar roupas: vestidos e calçados de todos os tipos eram suas peças prediletas.
Sonhadora, sonhava feito criança. Queria ver os filhos formados, a casa reformada, viajar para os lugares mais lindos que houvessem e ir aos shows dos seus cantores favoritos.
Tinha um coração tão grande que perdoava mesmo quem a tivesse ferido, e sempre mencionava: “Minha parte, eu estou fazendo!” Era uma pessoa na qual você podia confiar, conversar, rir, chorar, cantar, fazer palhaçadas e ser feliz. "Você podia contar com ela pra tudo", diz a filha Lívia. Por todas essas e outras características que não cabem em palavras, a partida de Gracinha é profundamente sentida no fundo do coração de cada um que teve a oportunidade de conhecê-la.
"Te amamos, nossa querida e linda mãe. Estamos cuidando do nosso paizinho e somos infinitamente gratos por você ter sido quem foi. Te amamos eternamente e estamos ansiosos pelo nosso encontro onde seremos eternamente felizes", declara Lívia em nome de todos.
Maria nasceu em Pentecoste (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Maria, Lívia de Araújo Mota. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 30 de junho de 2021.