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Maria dos Anjos Lopes da Silva

1944 - 2020

Uma avó que gostava de dar amor e carinho, que abraçava e pedia sorrisos.

“Minha avó era uma mulher doce”, assim Luma começa a contar a história da avó, um tanto mãe dela também... E, dos pensamentos e memórias, deixa escapar um suspiro, acompanhado das palavras: “Sinto muita falta dos abraços e das conversas daquela vovó tão querida.”

Uma supermãe, uma esposa muito amada, uma mulher vaidosa, uma exímia costureira, uma incrível cozinheira, mas, acima de tudo, a melhor avó. Uma avó que gostava de dar amor e carinho, que abraçava e pedia sorrisos.

Era naturalmente engraçada e meiga ao mesmo tempo. Uma pessoa de luz, que enchia de amor a vida das pessoas. Tinha a mania de tratar todos como se fossem seus filhos. Deixou muitos ensinamentos sobre amar o próximo e deixou também muita, muita saudade.

Casou-se duas vezes. Não foi tão feliz no primeiro, mesmo assim teve uma filhinha, que é a mãe da Luma. Depois que o casamento acabou, ela passou a trabalhar muito para poder sustentar a filha. Naquela época, ser mãe e sustentar a filha sozinha era ainda mais difícil.

Mas a vida deu uma reviravolta e ela conheceu o seu segundo esposo. Ele era viúvo e pai de três meninas. Eles se casaram e formaram uma só família. Depois, vieram os filhos do novo casal: foram mais quatro.

Tiveram uma vida feliz, um relacionamento feliz. Eles se amavam muito, era lindo de se ver. Em 2016, seu grande amor partiu e parece que, junto com ele, levou um pedaço de Maria dos Anjos.

Apesar da estatura miúda, foi uma grande mulher. Era vaidosa, estava sempre arrumada e adorava passear no shopping ou no centro da cidade. Era visível sua satisfação ao ver todos sorrindo e comendo bastante.

"Cadê o sorriso da vovó?" e "te amo, te amo, te amo" eram frases recorrentes no dia a dia dessa avó que costurava roupas de ballet clássico, adorava beber vinho e fazia o melhor baião de dois do mundo.

“Pequenina no tamanho, mas de um coração gigante”, conclui a neta com o coração apertado de saudades.

Maria nasceu em São Benedito (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Maria, Luma de Brito Arruda. Este tributo foi apurado por Hélida Matta , editado por Hélida Matta , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de outubro de 2020.