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Maria Fonseca Pinto

1951 - 2020

Uma avó de brilho especial que sabia fazer, inventar e transformar tudo em amor.

Maria Fonseca era uma pessoa brilhante que, além da lida da casa, sabia cozinhar, costurar e pegar no pesado fazendo serviços como o de carpir a roça. Tudo ela dava conta. Pessoa genial e criativa que “sabia inventar um monte de coisas”.

Ser de muita luz, e essa luz parece ter-lhe guiado na criação dos filhos e também dos netos, sempre com muita ternura e carinho em cada gesto.

De maneira especial criou a neta Laís, solicitante deste tributo e que assim relata os seus laços de amor: “Ela me criou desde que nasci. Ela me disse que quando foi me ver no hospital e eu com os olhos grandes olhei pra ela, era como se eu já a conhecesse. E ela disse que já me conhecia mesmo antes do meu nascimento”.

E, desde então, as duas viviam como se fossem duas pontas de um só laço. Laís casou, tornou-se mãe e nada mudou. Maria continuou ajudando em tudo, dando banho no seu filhinho pequeno, cuidando dele e lhe dando amor como se ele fosse a fonte de toda sua alegria.

Certa ocasião, houve uma promoção do Dia dos Namorados na emissora de rádio da cidade, que consistia em que as pessoas enviassem suas histórias de amor. Laís, a muito custo, conseguiu convencer a avó a escreverem juntas a história dela com seu avô.

A empreitada rendeu uma conversa de várias horas, onde muitas coisas foram reveladas. O momento que sua neta relembra com mais carinho foi quando, ao perguntar quantas vezes eles haviam se beijado quando se conheceram, levar uma bronca de Dona Maria, dizendo que a neta “queria saber demais”.

Tinha um amor enorme por todos os netos e bisnetos e, com isso, era importante na vida de todos eles; tornando difícil, após sua partida, viver sem seus abraços e beijos, sem escutar o som de sua voz e até sem conviver com a sua tolerável rabugice!

Maria nasceu em Barretos (SP) e faleceu em Iturama (MG), aos 68 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Maria, Laís de Fátima Pinto Silva. Este tributo foi apurado por Lila Gmeiner, editado por Vera Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 23 de dezembro de 2020.